Rodrigo Cunha: ajuste fiscal de Renan Filho “não sabe quanto gera de arrecadação”
Parece que o único deputado estadual que ainda não foi convencido do “pacotaço” de ajuste fiscal do governo de Alagoas é o parlamentar Rodrigo Cunha (PSDB).
Mesmo depois de ter se reunido com o secretário da Fazenda, George Santoro, e outros secretários – além dos demais deputados estaduais – Cunha ainda faz duras críticas às mensagens do governador Renan Filho (PMDB) que foram enviadas à Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.
O governo – por meio dos projetos – trabalha para aumentar a arrecadação do governo do Estado diante da crise e das perdas de receitas, inclusive por conta da queda no Fundo de Participação Estadual (FPE). É o medo do governo de começar a lidar com déficits que o impeça de pagar as contas, em especial os salários de servidores.
Vários estados do Brasil vivem situação semelhante. Em Alagoas, o governador Renan Filho já promoveu cortes em alguns setores, mas o desastre da administração federal de Dilma Rousseff (PT) tem cada vez mais atingido a todos. É o governo federal que foi apoiado pelo governador. Sempre é bom lembrar!
Rodrigo Cunha avaliou a reunião com os secretários: o “pacotaço” do ajuste fiscal “tudo vai aumentar em Alagoas”.
“Perguntei diretamente ao secretário se o pacote de impostos iria atingir todos os produtos e a resposta que tive é que sim. Tudo vai aumentar. Não adianta dizer que é um aumento apenas para itens supérfluos ou de luxo”, afirma Cunha.
Rodrigo Cunha ressalta que as exceções para esse aumento são os serviços de transporte, energia elétrica, medicamento, material escolar e fornecimento de alimentação. Aí, eu discordo de Rodrigo Cunha veementemente. Tudo é tudo, caro deputado.
Veja, se o aumento é de gasolina, este é um índice inflacionário que causa impacto em tudo e – por efeito cascata ou dominó, como prefira – vai impactar de maneira indireta em “serviços de transporte, energia elétrica, medicamento, material escolar e fornecimento de alimentação”. Sendo assim, aumenta também.
Agora, vejam dois pontos para os quais Cunha chama atenção. De acordo com ele, o governo apresenta um projeto em tempos de crise sem prazo final e não tem nenhum estudo sobre o valor que se pretende arrecadar.
Ora, se o governo não tem de fato estudo neste sentido, eu indago o que George Santoro foi fazer na Assembleia se não convenceu os deputados estaduais por meio de números? Como então os parlamentares foram convencidos?
“Se o governo está apresentando um projeto para a crise, cadê o prazo final? Fui surpreendido também ao saber que o governo não possui nenhum estudo sobre o valor que se pretende arrecadar, ou seja, estão aumentando os impostos, mas não se sabe o quanto esse pacote vai gerar de arrecadação”, questiona o deputado. Se Cunha tiver razão, é um absurdo.
Estou no twitter: @lulavilar
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