Confira entrevista coletiva de Luciano Barbosa

07/10/2015 14:23 - Política
Por Agência Alagoas
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Canal do Sertão, crise econômica, ajuste fiscal, investimentos em saúde e educação. Esses foram alguns dos temas abordados na entrevista coletiva cedida nesta quarta-feira, 7, pelo governador em exercício, Luciano Barbosa. A conversa, que durou mais de uma hora, foi realizada na Governadoria do Agreste, em Arapiraca, cidade onde Luciano Barbosa se destacou politicamente ao longo de dois mandatos como prefeito.

Em razão de viagem, o governador Renan Filho transmitiu o cargo a Luciano Barbosa, vice-governador e secretário da Educação, na última sexta-feira, 2, no Palácio República dos Palmares.

Confira os principais momentos da entrevista:

Luiz Filho, Rádio Difusora de Alagoas – Ontem, o senhor esteve no Canal do Sertão. Como está o andamento da obra e a expectativa para que o canal chegue a Arapiraca?

Um dos grandes momentos como governador do Estado em exercício foi ter feito essa visita técnica ao Canal do Sertão. O Canal do Sertão é a maior obra hídrica do Nordeste dentro de um mesmo estado. Tem 250 km de extensão, sai de Delmiro Gouveia até o município de Arapiraca, beneficiando 42 municípios – quase a metade do estado de Alagoas. A obra foi traçada há muito tempo. Atravessa diversos governos. Eu tive o prazer enquanto ministro da Integração Nacional de liberar os primeiros recursos que começaram o Canal do Sertão – da tomada da água, estação de tratamento – da ordem de R$ 40 milhões. Mas não se tinha um horizonte de quando essa obra iria terminar. Foi a coragem e a necessidade do povo alagoano que fizeram entender que o Canal seria importante para o nosso Estado, que tem um terço da sua região coberta pelo semiárido. Nós, como um dos estados com maior densidade demográfica, precisamos distribuir melhor a nossa população, que busca guarida em Maceió. O Canal do Sertão abre a expectativa de fazer com que o povo do Sertão e do Agreste permaneça nas regiões. Estão programados dois perímetros de irrigação, por exemplo, que conseguem irrigar três mil hectares, beneficiando três mil famílias de forma direta. Essa é uma obra que precisa ser vista com atenção, por isso, a minha visita. O segundo passo é o da gestão da água. Precisamos cuidar dessa gestão enquanto é cedo, desse manancial, em benefício das populações do Agreste e Sertão.

Jackson Tigre, Rádio Pajuçara – A segurança pública é de fato a prioridade do Governo do Estado. Resultados positivos já estão sendo alcançados. Mas e a educação, quais são os principais projetos da educação?

A educação requer um pensamento estratégico, é um investimento de longo prazo. Começamos a fazer um trabalho na educação técnico, nas superintendências, nas coordenadorias regionais de ensino. Primeiro, nós acabamos com a influência política para direção nas coordenadorias de ensino. A escolha é pelo melhor Ideb na região, independentemente de ser escola estadual ou municipal. Priorizamos o mérito do diretor da escola que teve destaque na localidade. É uma mudança de cultura. Nós também instituímos a distribuição de recursos para a escola. Nós encerramos contratos que nos renderam valores e foi possível destinar recursos para as escolas, mais de R$ 5,5 milhões. Os diretores, com mais autonomia, promoveram grandes mudanças de infraestrutura com esse investimento. Fizemos ainda um pregão de manutenção de obras públicas. São R$ 27 milhões em contrato que podem ser destinados a manutenção das escolas. Isso é outra mudança de postura de gestão. Precisamos atacar os outros problemas: tecnologia defasada, recursos humanos e precarização das escolas.

Ailton Avlis, Rádio Nova FM – O senhor está sendo governador por dez dias. Há uma crise em todo o país, no Estado. Qual o tamanho dessa crise no Estado? Como o senhor acredita que ela, a crise, deve ser enfrentada?

Eu faria o que o governador Renan Filho tem feito. O estado de Alagoas, que é pequeno, com um PIB pequeno, não tem sofrido a crise com a força que outros estados vêm sofrendo, a exemplo, do Rio Grande do Sul. O governador Renan Filho foi muito feliz com as medidas de redução de gastos públicos. Contratos foram revistos, cancelados os desnecessários nesse primeiro momento; cargos em comissão cortados; e reduzidas secretarias. Essas medidas permitiram um melhor enfrentamento da crise.

Luciano Amorim, Rádio Prima FM – Sobre o ajuste fiscal, ontem, secretários [George Santoro e Christian Teixeira] estiveram na Assembleia Legislativa, para tratar acerca do assunto. No entanto, já diante do ajuste fiscal imposto pelo governo federal, esse seria o momento para novos ajustes?

O governo Dilma é acusado de ter demorado demais a tomar essas medidas, que agora são cavalares. O Governo do Estado, antevendo que a crise não acabou, que há a possibilidade de aprofundamento da crise, nada mais natural do que se precaver, fazer o seu dever de casa, o seu ajuste, para que as pessoas não sofram tanto, para que saiamos dessa crise, pagando a folha do servidor em dia, o décimo terceiro, irrigando a economia com as ações das Secretarias da Agricultura, da Infraestrutura, de Desenvolvimento Econômico; fazendo com que o governo continue funcionando, porque também é dito por todos que no momento de crise, a pior coisa que pode acontecer é o governo parar, porque ele é um grande investidor.

Flaviana Costa, Diário Arapiraca – O que o Governo do Estado tem feito em relação à saúde?

O Governo do Estado tem determinado para a área de saúde que nós precisamos melhorar o que já existe, o que já é feito. Nós temos uma estrutura de saúde que precisa ser recomposta, precisamos fazer funcionar a saúde pública de Alagoas antes de ampliá-la. Precisamos compatibilizar as nossas ações com as dos municípios, promover mais fortemente a integração entre Estado e municípios para otimizar os recursos. Falta financiamento do governo federal compatível com a necessidade do Brasil na área de saúde. Logo, temos que otimizar os poucos recursos que nós temos. Para isso, temos trabalhado fortalecendo as instituições (filantrópicas, inclusive), como foi feito aqui em Arapiraca, onde recursos foram destinados a hospitais públicos e particulares do município, que atendem a toda a região Agreste. Precisamos melhorar o atendimento à população, fortalecer a atenção básica.

 

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