De acordo com o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), a forma como o governo tem encampado a luta pela aprovação da CPMF é “maquiavélica”. A visão de Rui Palmeira destoa da concepção de Marcelo Beltrão (PTB) – o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) – que vê o tributo como uma “grande saída” para a crise em função dos repasses que podem ser feitos às prefeituras e ao Estado.

Beltrão mostrou uma visão semelhante a do governador Renan Filho (PMDB) caso a CPMF tenha uma alíquota um pouco maior do que aquela que o governo federal quer, em função do recurso a mais ser repassado para municípios e governos estaduais.

“O governo federal tem a proposta de uma alíquota de 0.20, mas o que for aprovado a mais que isto fica para os prefeitos e estados. Então, isto é uma forma de pressionar os gestores a serem favoráveis à idéia. É uma coisa maquiavélica”, colocou Rui Palmeira.

O prefeito de Maceió foi extremamente duro ao avaliar a proposta da CPMF. Segundo ele, da forma como é feita, o governo federal mostra um total desrespeito com os prefeitos. “Ela (a presidente Dilma Rousseff) tenta jogar em nosso colo (os prefeitos) a responsabilidade sobre a crise”, frisou.

Palmeira hipotecou solidariedade a Marcelo Beltrão, mesmo não tendo ido à reunião com o governador Renan Filho (PMDB) ocorrida na sexta-feira passada. “A grande questão é que, atualmente, a presidente Dilma não tem condições políticas de aprovar esta CPMF no Congresso Nacional. O apelo é para que se aprove algo mais para conseguir apoio. Se era para aumentar tributo tinha outras possibilidades, como o imposto sobre a gasolina, que daria até mais competitividade para o álcool e o transporte coletivo”, salientou.

“Nós temos um governo federal que parte cada vez mais para as soluções mais difíceis”, coloca ainda Rui Palmeira. Apesar das duras críticas, Rui Palmeira mais uma vez foi cauteloso em relação ao impeachment. “É preciso que se tenham elementos mais concretos que pelo andar das coisas devem surgir. Agora, o governo federal já perdeu a capacidade de governar. Entendo que a grande questão hoje é esta falta de governabilidade. Vejam o caso do ajuste fiscal, lança propostas num dia e recua no outro em alguns pontos”, finalizou. 

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