De 300% no início de agosto, a estimativa da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seapa) para o aumento na produção de milho em Alagoas, em 2015, passou para 50%, devendo fechar o ano em cerca de 40 mil toneladas de grãos.

De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da pasta, o engenheiro agrônomo Hibernon Cavalcante, a redução das chuvas a partir do dia 10 de agosto é um dos fatores que contribuíram para a expectativa menos otimista. Antes disso, por outro lado, mais de 30 municípios do semiárido, que também produzem milho, tiveram o decreto de situação de emergência por conta da seca prorrogado.

Outro motivo apontado por Hibernon Cavalcante foi a grande procura pela palha do milho ainda verde pelos criadores de Alagoas e de Pernambuco, interessados no produto para a produção de silagem. “Com isso, vários produtores de milho optaram por colher a planta em função do preço elevado de massa verde – de R$ 150 a R$ 250 a tonelada. Para eles, era mais vantajoso do que esperar a colheita do grão”, explicou o superintendente.

Cavalcante assinalou ainda que grande parte do plantio ocorreu após o período ideal (final de maio até 15 de junho), quando havia necessidade de umidade no solo até o final do referido mês. “Daí houve uma perda parcial na produção esperada”, ponderou.

Aumento de 50%

Por outro lado, a Seapa tem mobilizado esforços para elevar a produção de milho em relação a 2014. Dessa forma, técnicos da pasta acreditam num aumento de 50% na produção do grão. Alguns fatores são apontados pelo superintendente Hibernon Cavalcante como responsáveis por essa elevação.

Segundo ele, este ano ocorreu a maior oferta de sementes de excelente qualidade para os agricultores familiares – cerca de 400 mil quilos. "O aumento da produção também se dará em consequências das ações do nosso programa de incentivos (áreas demonstrativas, ensaios de pesquisa) que estamos desenvolvendo”, avaliou o superintendente.

“Deve ocorrer, nos próximos anos, um aumento de área plantada com um maior incremento de tecnologia (sementes transgênicas, defensivos, adubação adequada, manejo, etc.), como já vem acontecendo por anos em Sergipe, com reflexos positivos em produção e produtividade”, emendou.

Ainda segundo informações da Seapa, a maior parte do milho produzido no estado servirá para a alimentação animal, e não para consumo direto pelas pessoas.