O aumento da carga tributária é um obstáculo ao crescimento do Brasil e, ao criar e elevar impostos, o governo transfere para o setor produtivo e para a sociedade o ônus do ajuste fiscal. Ao fazer essa crítica, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), industrial José Carlos Lyra de Andrade, alertou para as graves consequências das investidas do governo contra as verbas do Sistema S.

Segundo o líder empresarial, a proposta do governo de reduzir em até 30% o orçamento do Sistema S, inserida nas discussões sobre o pacote de ajuste fiscal, ameaça todos os serviços oferecidos à população pelas entidades da indústria, comércio, agricultura e transporte. Estão sob risco de serem extintas, disse José Carlos Lyra, quase 2 milhões de vagas nas escolas profissionalizantes do Senai, em todo o País.

O empresário alagoano declara que a redução de 30% na transferência dos recursos da contribuição compulsória, verbas previstas na Constituição Federal, e de parte dos valores previstos como incentivo na Lei do Bem, representam um corte que pode chegar a 52%. “Em valores, o prejuízo para as entidades é superior a R$ 4 bilhões” – reclamou Lyra.

Depois de participar, em Brasília, de reuniões convocadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)para avaliar o pacote fiscal, Lyra revelou aqui a extensão da crise que virá a se abater sobre as entidades do setor produtivo. Ele disse que medida fará crescer vertiginosamente o crescimento dos índices de desemprego, já que milhares de profissionais, principalmente professores e técnicos, serão demitidos.

Mais de 700 escolas do Senai e do Sesi fecharão as portas. Conforme levantamento da CNI, 735 mil estudantes deixarão de estudar no ensino básico, profissionalizante e na educação de jovens e adultos em todo o Brasil. As duas instituições terão de demitir cerca de 30 mil trabalhadores em todo o País.

Além do fim da educação profissional e básica oferecida pelo Sistema Indústria e das demissões, a investida vai inviabilizar todos os programas de saúde do trabalhador e dependentes, entre outras ações sociais do Sistema S. “Vamos ter que fechar unidades do Sesi e do Senai, e muita gente deixará de receber assistência. Será o caos para milhões de pessoas, principalmente nas regiões Nordeste e Norte”, afirma Lyra.