Poucos dias depois de o Governo Federal enviar para o Congresso Nacional a proposta orçamentária com déficit para 2016, a principal agência internacional de risco Standard and Poor’s (S&P) cortou “rating” e reduziu o grau de investimento do Brasil para especulativo. O governo diz que foi pego de surpresa, mas o secretário de estado da Fazenda, George Santoro, diz que o mercado já esperava.
Em recente entrevista exclusiva ao CadaMinuto Press, Santoro deu sua “receita” para o Brasil sair da crise e, em meio as suas declarações, mencionou a importância da confiança do mercado internacional da economia do Brasil, pois se o “rating” diminuísse “tudo do Brasil despenca de valor econômico. Um papel que o governo põe para captar dinheiro para o Brasil a uma taxa de 5%, quando baixa o rating, a taxa vira 10%”.
Ou seja, a perda do grau de investimento do Brasil pode significar que o mercado não confia na economia brasileira e por isso deixa de investir no país, a diminuição de investimentos e até a retirada de dinheiro eleva ainda mais as taxas cambiais e de juros, encarecendo e dificultando o acesso ao crédito e o investimento e consumo internos. Agrava ainda mais a crise.
E o agravamento da crise reflete diretamente na economia de Alagoas, que apesar de estar aumentando as arrecadações, ainda tem os repasses constitucionais como importante fonte de receita. No entanto, Santoro esclareceu que este rebaixamento pela S&P não significa a saída automática de investimentos do país.
“Esse rebaixamento da S&P é uma sinalização muito forte para o mercado, mas os preços do mercado já estavam levando em consideração que o Brasil seria rebaixado”, revelou.
Santoro explicou ainda que por ter sido apenas a avaliação de uma das três agências de avaliação de risco internacional – as outras são Fitch e Moody’s – o impacto sobre a economia brasileira não é tão forte.
“Por dois motivos, primeiro, o mercado já esperava o rebaixamento e, segundo, foi uma agencia só”, avaliou o titular da Sefaz, antes de ponderar que fundos de pensão, fundos mais institucionais, consideram sempre duas avaliações de risco.
Mas alertou que esta sinalização da S&P precisa ser considerada pelo governo brasileiro, pois é natural que o investidor que já estava em alerta com a tensão do mercado, fique ainda mais preocupado com a economia brasileira.