Enquanto que a AMA propõe para que os prefeitos reduzam seus salários na casa dos 10%, se estendendo também para seus secretários e servidores comissionados, o prefeito de Barra de São Miguel, Zezeco vai mais além. Decretou desde o mês passado, que todo seu salário de 8 mil reais (descontado fica em R$ 6.300), está sendo doado para bancar alguns gastos públicos. “Cortamos tudo, gratificações dos secretários, dispensamos dezenas de comissionados e rigorosamente os veículos automotivos só circulam no momento preciso”, disse, salientando que  mesmo sem receber, vem dando expediente normal e até mesmo com muita garra. "Só quero receber, quando a situação começar a melhorar", garantiu. 

Diz o prefeito Zezeco, que a Barra tem o menor percentual do que é repassado da cota do FPM, ou seja, 0.6. “A nossa receita mensal conta com cerca de 400 mil do FPM, ICMS gira entre 40 e 50 mil e o ISS nos deixa apenas 20 mil reais; tudo isso para dá conta de um município, que é tido como o mais cobiçado turisticamente em Alagoas, sobretudo em período festivo, quando a  cidade chega a hospedar mais de que o triplo de sua população nativa” comentou, alegando que essa situação exige mais garis nas ruas, segurança, entre outros serviços bancados pela Prefeitura.

Sobre essa crise é que a AMA está convocando para esta sexta-feira, todos os prefeitos alagoanos. É que nesta quinta-feira, o  repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) referente ao 1º decêndio do mês de setembro de 2015 será creditado  nas contas das Prefeituras brasileiras com uma queda real de 38,07% em relação ao ano passado. Foram R$ 33 milhões a menos nos cofres municipais.

A queda provocou uma reação imediata dos prefeitos de todo o país que estão à beira do colapso. Em Alagoas, a AMA convocou uma assembleia geral para esta sexta-feira (dia 11), na sede da entidade para que os prefeitos deliberem novas ações para conseguir fechar as contas e cumprir o que manda a lei. Muitos prefeitos como forma de protesto sugerem até fechar as portas das Prefeituras.