Mais uma vez o governador Renan Filho (PMDB) voltou a falar da crise financeira no país e os reflexos disto em Alagoas. Uma das principais preocupações do governo se dá em relação à folha salarial dos servidores. O assunto já foi comentado em diversas entrevistas e muitos funcionários públicos se encontram preocupados e com razão diante das falas mais recentes do governador.

Renan Filho lembrou que outros estados da federação já parcelaram folhas.

Indagado se esta informação seria um terrorismo diante da situação, Renan Filho destacou que “nunca fez terror, mas sempre foi muito sincero”. “Não se trata de terror. Se trata dos fatos. O que eu digo é que outros estados parcelaram salários e temos que ter cuidado para não termos que fazer a mesma coisa. Temos que buscar garantir pagamentos em dia. Não tem sido fácil. É muito difícil”.

Renan Filho comentou ainda sobre o orçamento deficitário que foi encaminhado – pelo governo federal – ao Congresso Nacional. A presidente Dilma Rousseff (PT) jogou para o Congresso a responsabilidade em relação a cortes e – quem sabe – até mais tributação. O governo já tentou ressuscitar a CPMF, mas não conseguiu.

O governador de Alagoas colocou que o orçamento apresentado pelo Executivo federal é “preocupante”. Ele confirma que pode ter reflexos nos estados da federal em função dos repasses. Renan Filho lembrou que – no caso de Alagoas – o Fundo de Participação dos Estados (FPE) se encontra estagnado desde o início da gestão peemedebista.

“O déficit orçamentário apresentado pelo governo federal preocupa. É três vezes mais que o orçamento de Alagoas. Isto gera uma instabilidade muito grande. O Brasil vem desempregando como nunca. Nós vamos chegar – provavelmente – a R$ 1 milhão de demissões em outubro”, colocou o chefe do Executivo estadual.

Diante do contexto que indica uma piora do cenário econômico para o ano de 2016, ao menos em relação à arrecadação, Renan Filho frisou que é preciso “calma e prudência para manter compromissos em dia. Em Alagoas, nós estamos mantendo os compromissos em dia. A presidente mostrou ao Congresso que não tem como fechar as contas com a arrecadação atual”.

O governador colocou a necessidade de trabalhar um “ambiente favorável” para a arrecadação trabalhando para “cobrar mais de quem paga mais e cobrar menos de quem paga menos”.

“Temos que criar o cenário para que quando a crise arrefecer, Alagoas possa ter o crescimento econômico que todos desejam. É isto que o governo tem feito. As receitas transferidas representam 50% do que se arrecada. Temos que acompanhar o cenário nacional com olhar atento a todos os detalhes para terminarmos o ano como começamos. Colocar a casa em ordem e garantir o salário do servidor”

Renan Filho disse ainda que os servidores precisam estar cientes da realidade. “Eu tenho sido muito sincero. Mais importante que garantir aumento de salários, é garantir o pagamento dos salários em dia. A cada mês que passa a ficha de mais alguns servidores vai caindo”, finalizou. 

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