Conversei com o deputado federal Marx Beltrão – único representante do PMDB de Alagoas na Câmara de Deputados – sobre como ele analisa as denúncias feitas contra o deputado federal e presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), neste momento em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou tais acusações ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Se o STF acatar as denúncias, Cunha passa a ser réu. Politicamente há desdobramentos. Todavia, como mostrei no blog – inclusive com link para a denúncia na íntegra – o documento apresentado por Janot é falho, o que não significa – evidentemente – dizer que Cunha é inocente ou culpado. Quem o deve fazer é a Justiça. Se culpado, que pague.

Marx Beltrão diz que ainda é “muito cedo para que o partido ou os deputados tomem qualquer medida em relação aos novos fatos”. “Claro que não é bom para a imagem do Congresso, mas vale lembrar que o STF ainda nem acatou a denúncia. Ou seja, ainda há um trâmite. Eu prefiro acreditar no Eduardo Cunha, pois o ônus da prova cabe a quem acusa. Se comprovada a realidade destas denúncias que são feitas, aí o presidente da Câmara terá que pagar por isto, como qualquer um dos envolvidos”, salienta Beltrão.

Na leitura de Marx Beltrão, com as denúncias contra Eduardo Cunha não “muda o cenário para o governo dentro da Câmara. Pelo contrário, acredito que vá ficar mais difícil para o governo. Mas, falo da minha opinião e não do partido. Eu não fui ainda consultado sobre nada”. O parlamentar – que há um mês tinha ressaltado que o PMDB estava dividido entre governistas, oposicionistas e independentes – acredita que o partido caminha para ter “mais membros na oposição” diante da atual situação.

Renan Calheiros

Indaguei sobre como ele via o fato do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), não ter sido denunciado. “Eu acredito que não há elementos para denunciar Renan Calheiros. Acho que ele não será denunciado”.

O parlamentar também não acredita em um enfraquecimento nos planos do PMDB de ter candidatura própria à presidência em 2018 por conta dos principais líderes estarem sendo apontados na Operação Lava jato. “O PMDB segue sendo um partido forte. Com divergências naturais entre seus membros”.

“Eu sigo otimista, mesmo diante da turbulência que se passa no Congresso Nacional. Eu sigo otimista com o meu trabalho. Acho que o país volta a crescer no segundo semestre de 2016. É a impressão que tenho”, finaliza Marx Beltrão.

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