Como já vinha fazendo em todos os passos em que a Operação Lava-jato trazia seu nome para o “olho do furacão”, o senador alagoano Fernando Collor de Mello (PTB) voltou a alegar sua inocência após a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) ser entregue ao Supremo Tribunal Federal.

Além de reiterar a inocência, Collor – como também de costume – voltou a atacar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

É difícil definir – diante da tempestade perfeita – quem são os maiores vilões de Brasília (DF). Quem quiser que aposte na existência de heróis nesta trama de corrupção que assusta aos brasileiros, mas para Collor o procurador age como em um “teatro”.

Fernando Collor de Mello diz que o procurador “encarregou-se de selecionar a ordem dos atos para a platéia, sem nenhuma vista pela principal vítima desta trama, que também não teve direito a falar nos autos”.

A vítima a quem Collor se refere – obviamente – é ele mesmo. O petebista foi citado em delações premiadas como recebedor de propinas. Além disto, foi alvo de uma das fases da Operação Lava-jato que resultou na apreensão de carros de luxo do senador. As máquinas possantes não estavam no nome de Fernando Collor de Mello.

Em todo caso, Collor se diz inocente e vítima. Se o STF acatar a denúncia, Collor vira réu do processo. Não apenas Collor foi citado. Da bancada alagoana, os outros dois senadores – Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP) – e o deputado federal Arthur Lira (PP). Todos afirmam inocência diante das acusações.

Há expectativas de que eles também sejam denunciados. Hoje, além de Collor o outro denunciado foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Em nota, Collor diz ainda que solicitou depor duas vezes. Estes depoimentos, diz o senador, foram marcados e “estranhamente” desmarcados às vésperas das datas estabelecidas. Por assessoria, o senador do PTB diz que se tivesse havido direito de o senador se pronunciar e ter vista dos autos, “tudo poderia ser esclarecido”.

Por fim, o que já não é novidade nos discursos de Collor, ele acusa o procurador de fazer um “festim midiático, em detrimento do direito e das garantias individuais”. Desta vez – ao menos em nota oficial – o senador alagoano não usou palavrões. Nem nas linhas, nem nas entrelinhas, de forma sussurrada, como o fez na tribuna do Senado. 

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