Na manhã de hoje, dia 17, durante uma coletiva de imprensa improvisada, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), voltou a alfinetar o governo de Dilma Rousseff (PT) ao falar que o Executivo federal barrou os pedidos de empréstimos feitos pela gestão tucana da capital alagoana.
Os empréstimos seriam utilizados em várias ações da Prefeitura de Maceió – conforme Rui Palmeira – e para a revitalização da orla lagunar, uma obra que tem sido prometida pelo chefe do Executivo municipal caso a administração consiga estes recursos. “Nós lamentos os empréstimos terem sido barrados”, colocou Rui Palmeira.
De acordo com Palmeira, não há como entender a decisão do governo federal. “É difícil de entender, pois a Prefeitura tem buscado alternativas diante da crise que o país vem sofrendo para que se consiga fazer ações, fazer o dinheiro circular nas cidades e garantir obras. Se o país está sofrendo com a crise, por que não permitir estes empréstimos?”, frisou o tucano.
Rui Palmeira colocou ainda que sem a aprovação dos empréstimos muitas das ações previstas – a obra da orla lagunar, por exemplo – estão comprometidas. “A luta é grande para conseguir revitalizar a orla lagunar com o dinheiro desse empréstimo. Estes recursos vindo para Maceió representam mais empregos, mais obras e dinheiro que circula. É uma decisão equivocada por parte do governo federal”.
Segundo o tucano não apenas a capital alagoana foi afetada, já que outras cidades buscam a mesma solução. “Nós vamos pressionar e torcer para que o governo federal possa reverter esta posição tomada. O governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), também tenta empréstimos para o Estado. São as alternativas que temos. Uma alternativa é a ajuda do governo federal aos municípios o que não está acontecendo, haja vista que, no caso de Maceió, foi prometido R$ 170 milhões para mobilidade urbana e não veio centavo algum até agora”.
Rui Palmeira ainda finalizou o assunto frisando que “o governo federal não tem ajudado as cidades brasileiras”. Ao criticar o governo federal, Palmeira ainda avaliou as manifestações da população ontem. “Independente de ser a favor ou contra quem quer seja, manifestações são legítimas. É preciso ter cautela em relação ao impeachment. Neste momento, mesmo com todos os problemas da Lava-jato, não vejo elementos para o impedimento da presidente”.
Palmeira analisa que estes elementos concretos podem vir a partir do resultado do julgamento das contas da presidente no Tribunal de Contas da União (TCU) e das contas de campanha no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Estes julgamentos podem trazer elementos que mudem esta realidade. É o que enxergo hoje”, concluiu.
Em maio deste ano indaguei o prefeito sobre a importância dos empréstimos e o impacto destes na dívida pública. Rui Palmeira assim respondeu na época: “Vou pedir (os empréstimos). Para grandes investimentos ou a Prefeitura faz com aporte do governo federal ou com empréstimo. Não tem outro caminho. Maceió não toma empréstimos há muitos anos, desde a gestão da Kátia Born (PSB). A gente ainda paga empréstimo que finaliza este ano que era daquela gestão. A capital tem condições de ter este empréstimo. Os bancos que procuramos atestam isto e mostram a viabilidade de endividamento e pagamento. Então, estamos partindo para este caminho. Fiz apresentação para os vereadores. Faremos audiência pública para mostrar a sociedade o que queremos com estes recursos. Na verdade, são três empréstimos. Um deles é do BNDES para a modernização da gestão. Com este recurso vamos fazer investimentos em novos sistemas. Um dos exemplos é um sistema seguro para folha de pagamento. Atualmente é extremamente frágil. Queremos fazer o recadastramento imobiliário. Numa a gente vai cortar despesa, que corrigiremos erros na folha. Com o recadastramento imobiliário depois de 14 anos. Muito lote que era terreno hoje é casa. É um empréstimo de R$ 36 milhões, mas de retorno imediato. Segundo empréstimo é de US$ 64 milhões para a reurbanização da orla lagunar. Isto a gente vem trabalhando com o BID desde 2013. Foi aceita a proposta. E já se encontra no Ministério de Planejamento. Vamos inserir definitivamente a orla lagunar na cidade de Maceió do ponto de vista econômico, social, do turismo, enfim. Hoje, é um espaço nobre que não é valorizado por conta da situação em que se encontra. Lá envolve obras estruturantes, com residências para as pessoas. Vamos com isto atrair investidor em uma nova área turística. O outro empréstimo é junto ao Comitê Andino de Fomento (CAF). A ideia é um investimento que será mais pulverizado como saneamento no Litoral Norte. Uma área que precisa. Nas áreas mais carentes de Maceió, como Gama Lins e Denison Menezes e mudar a realidade destes locais. Duas novas vias ligando a Durval de Goes Monteiro à Via Expressa. São US$ 70 milhões. É a saída diante da falta de recursos do governo federal. Os prefeitos estão partindo para empréstimos com juros baixos”.
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