Ao prestar apoio (e elogiar) às manifestações do dia 16 de agosto – quando multidões foram às ruas protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), inclusive pedindo a saída da mandatária da nação – o ex-governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), foi “provocado” pelo atual secretário de Comunicação, Ênio Lins.
Ênio Lins assumiu a pasta na gestão do governador Renan Filho (PMDB), que é aliado de Dilma Rousseff. Em suas redes sociais, Vilela postou a seguinte mensagem: “Maceió fez bonito na gesta da democracia desse 16 de agosto. A nossa capital juntou-se ao Brasil na indignação ao desmantelo petista. Hoje a pátria respirou”.
Vilela – de fato – subiu o tom contra o Partido dos Trabalhadores e a administração de Dilma desde que saiu do governo. A Era Vilela coincidiu com o mandato do ex-presidente Luis Inácio Lula da silva (PT), bem como com o primeiro da presidente Dilma Rousseff (PT). Vilela – nos discursos enquanto chefe do Executivo estadual – sempre foi mais ameno nas críticas e falava do “sentimento republicano” que Lula e Dilma – segundo ele – tinham com Alagoas.
As críticas mais duras se deram no final da gestão, quando Vilela disse que o “governo federal deu recursos a Alagoas com uma mão, mas tirou com a outra”. Ele se referiu aos R$ 5 bilhões que foram enviados pelo governo federal durante sua gestão. É praticamente o mesmo valor que Alagoas pagou em função da dívida pública, cuja revisão e uma nova política de pagamento eram bandeiras da gestão tucana.
Mas isto não apaga o fato de Alagoas ter tido um tratamento diferenciado ao ponto de Vilela ser chamado de – pela mídia nacional – de “tucano de estimação da presidente”.
Por conta deste contexto (ainda que não o tenha citado), obviamente, o secretário de Comunicação “cutucou” o governador. Ênio Lins frisou: “Talvez Dilma mereça isso por ter ajudado Alagoas, nos seus primeiros quatro anos de mandato. Muito mais que FHC nos seus oito anos”.
A provocação de Ênio Lins não ficou sem resposta por parte do ex-governador: “Amigo Ênio Lins, você sabe que o meu governo fez por onde merecer cada centavo enviado para Alagoas pelo governo presidente Dilma”.
A provocação de Lins gerou um debate na página de Vilela com múltiplas opiniões. Toda discussão é bem-vinda na democracia. Agora, é preciso sair desta dicotomia de que qualquer crítica ao PT é obra tucana. Vamos além, vamos discutir modelo de Estado.
Durante o processo histórico – dos governos anteriores, do PSDB, do PT – fomos ensinados a uma mentalidade intervencionista que enxerga um Estado como uma “babá” capaz de sempre decidir o que é melhor para nós mesmos. Resultado disto? Um Estado cada vez mais gigante e caro e contribuintes cada vez mais sufocados com impostos para manter esta superestrutura que só aumenta os gastos públicos a cada ano sem ofertar serviços de qualidade.
Por que não discutir – por um viés liberal – menos Estado e mais liberdade econômica?
Ora, buscar uma solução para isto é ir além da dicotomia entre dois partidos. Claro que o PT encarna este intervencionismo no país em seu mais alto grau e é o responsável pelo cume da crise ética e econômica que vivenciamos, inclusive por ser o partido que roubou e se deixou roubar dentro da administração federal, ao ponto da corrupção ser um instrumento de manutenção pelo poder.
Mas a saída – em minha humilde visão – não se dá por mais intervencionismo, nem por outro partido que surja da mesma matriz ideológica ainda que seja visto como um forte opositor. Estamos criando um momento propício para discutir modelos de Estado e mudança de mentalidade. Diante disto, é perder tempo achar que o mais importante do momento é esta visão maniqueísta dos monopolizadores de virtudes que querem cravar onde está o mal e o bem desde que eles – evidentemente – sejam o bem.
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