Das 10 empresas que mais foram alvo de reclamação por parte da população - conforme o PROCON - a maioria sofre forte regulação estatal porque o Estado sabe o que é melhor para nós sempre, né não?
Ocupa o topo da lista uma estatal. Vejam como o Estado regula bem e o quanto a sua "mão pesada" é sempre garantia de um "mundo melhor".
É aí que entra a reflexão: será que é coincidência que quanto menor a regulação, maior a concorrência, menor o preço e menos reclamações são registradas por clientes? Eu acho que não.
E não se trata de falar de ausência de leis, nem de ausência de Estado, muito menos de "mão invisível". Não se trata disto. Digo isto porque sei que em muitos momentos há aqueles que leem uma coisa mas defendem outra diferente do que está escrito.
Trata-se apenas de defender o seguinte: a discussão sobre o real papel do Estado se posicionando como um mediador de conflitos bem mais leve do que esta mão pesada que vai com força no bolso do contribuinte.
Um Estado - como dito lá nos moldes conservador de Roger Scruton - que preserve tradições e tenha como filosofia o servir ao invés de ser servido. E que pare de se comportar como uma babá ranzinza ao ponto de querer tirar até o sal da nossa mesa.
E não, na há reclamação contra o Netflix nesta lista, por exemplo. Ninguém pediu leis para conteúdo por lá. E outras empresas que podem atuar com maior liberdade econômica também não figuram no topo, reforço.
Será que não é hora de honestamente - e sem ranço de parte a parte - discutirmos para além de picuinhas partidárias, mas confrontarmos dados para avaliar modelos de Estado?
Ah, mas este modelo de Estado que você defende, Luis Vilar, também não é perfeito? E não é mesmo não! Quem defende paraíso na terra é engenheiro-social. Democracia liberal sempre será processo. No quesito conservadorismo, algumas tradições são imanentes e não transcendentais. Ou seja: estão sujeitas a mudanças, mas pelo debate e pela evolução que vem de baixo para cima e não de cima para baixo por palavra de ordem como querem as "tiranias da maioria ou minoria".
Pois mudanças de tradição e costumes refletem em repensar direitos e deveres, o que reflete pensar de baixo para cima e não por obra de um salvador da pátria com uma agenda de plantão como agora faz - por exemplo - o senhor Renan Calheiros por puro oportunismo político.
Veja quanta reflexão em um simples link com informações do PROCON. É porque tudo gera debate e com informação eles podem sempre se tornar mais sérios e profundos, para bem longe do terreno das palavras de ordem e dos adjetivos.
Claro que há dados que podem ser usados para refutar as democracias liberais. Ora, que se use e que se estimule o debate minimamente honesto. Estou aqui pondo apenas as reflexões que faço sobre o que acredito quando encaro algumas situações bem práticas e do cotidiano como esta: as regulações que querem tanto o nosso bem e seus efeitos práticos em relação ao nosso bem de fato. Veja a lista: Caixa Econômica, Claro, TNL, TIM, SKY, Telemar, Eletrobras, Insinuante, Itaú, NET.
Veja a lista:
Caixa Econômica
Claro
TNL
TIM
SKY
Telemar
Eletrobras
Insinuante
Itaú
NET
Ao leitor: sei que prometi a entrevista completa com o secretário de Educação Luciano Barbosa (PMDB) para ser publicada no dia de ontem, 12, mas devido a outras pautas ainda não postei. Amanhã, estará neste espaço publicada. Grato pela compreensão.
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