Ainda que de forma tímida e sem citar os movimentos que vão às no próximo dia 16 de agosto contra os casos de corrupção envolvendo o governo federal, a Ordem de Advogados do Brasil, seccional Alagoas, rompeu o “silêncio” e – ao contrário do que ocorreu em outras manifestações ocorridas com o mesmo foco – soltou uma nota em seu site de apoio às “manifestações pacíficas e apartidárias que busquem demonstrar o inconformismo do povo brasileiro com a grave crise instalada”.
Saiu do campo da omissão.
A nota da entidade que é presidida – em Alagoas – pelo advogado Thiago Bomfim não cita nomes de políticos na curta nota de dois parágrafos nem faz referência direta ao Executivo nacional ou ao Legislativo, que tem sido o palco onde estão os principais suspeitos de participação no escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava-jato.
No Executivo, obviamente, a crise se concentra na figura da presidente Dilma Rousseff (PT). No Legislativo, são muitos os personagens. Em relação à Lava-jato, na Câmara, atinge em cheio o presidente e deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), que alega inocência. No Senado Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB) – que comanda a Casa – também é um dos investigados. Ele também se defende das acusações.
Como estamos em Alagoas, não podemos esquecer dos outros dois senadores também citados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot: o senador Fernando Collor de Mello (PTB) e o senador Benedito de Lira (PP). Além dele, o deputado federal Arthur Lira (PP).
Há também as figuras importantes e históricas do PT. Mais recentemente o ex-ministro José Dirceu, já condenado no mensalão.
As manifestações do dia 16 dividem opiniões na classe política. O tucano e prefeito de Maceió, Rui Palmeira, disse que não vai às ruas, por exemplo. Todavia, recentemente, o dirigente tucano Claudionor Araújo disse que “ninho tucano” vai convocar seus filiados para se fazerem presentes na manifestação já que o principal alvo será a presidente Dilma.
A nota frisa de forma genérica: “os recentes escândalos de corrupção que atingem a cúpula dos poderes constituídos, somados à insatisfação geral com a política e na economia”. Já havia – em recentes entrevistas – cobrado de Bomfim posturas da OAB/AL em relação ao cenário, pois a Ordem parecia omissa.
Na época, Bomfim me disse que não tratava de omissão, mas de uma postura – inclusive adotada pelo presidente nacional da Ordem Marcos Vinícius – de “discrição”.
No primeiro parágrafo da nota se lê o seguinte: “O Brasil está diante de grave crise política e institucional. Os recentes escândalos de corrupção que atingem a cúpula dos poderes constituídos, somados à insatisfação geral com a política e a economia, causam o enfraquecimento das instituições democráticas, fazendo-se necessária a união de toda a sociedade em busca do fortalecimento de valores essenciais à democracia e ao estado de direito”.
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