O “ninho tucano” tem se dividido em relação à crise que assola o país. Uma crise de níveis político, administrativo, ético e econômico. No centro deste furacão, a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff (PT) e as informações desencontradas sobre seu futuro no comando do país.
Já foi falado até em carta de renúncia da presidente e da saída do vice-presidente Michel Temer (PMDB) da articulação política. Informações que foram desmentidas logo em seguida. Dentro do ninho tucano, há os que acham que é hora de abraçar as bandeiras que surgem das manifestações das ruas (mais uma está prevista para o próximo dia 16) e os que não enxergam – ao menos ainda – motivos para defender o impedimento da presidente.
O tucano Rui Palmeira – que comanda os destinos de Maceió – tem sido um ferrenho crítico do governo federal. Ele tem reclamado – a cada entrevista – da falta de compromisso de Dilma Rousseff com o município de Maceió e das perdas de verbas federais diante dos cortes no orçamento.
Rui Palmeira já reclamou da perda de recursos do PAC da Mobilidade (R$ 180 milhões), dentre outras promessas que, conforme o chefe do Executivo municipal, não serão cumpridas. Todavia, mesmo com um discurso mais ferrenho em relação à administração federal, Palmeira é cauteloso quando o assunto é impeachment. Ele disse que não vai às ruas no próximo dia 16 de agosto.
De acordo com o prefeito, esta não é a sua função. Ele diz que se comporta assim – ficando distante das manifestações populares – desde que era deputado estadual. “Mesmo quando tomei as posições que tomei na Assembleia – na época da Operação Taturana – não fui a manifestações. Acho que não é o meu papel”, frisou Rui Palmeira.
Em relação ao pedido de impeachment, o prefeito de Maceió colocou: “nesse momento não há elementos para o impeachment da presidente. Vai haver o julgamento das contas da presidente pelo Tribunal de Contas da União e, dependendo do resultado, é outro assunto. Mas no momento não há nada que atinja pessoalmente a presidente Dilma Rousseff”.
O tucano ainda fez questão de frisar que a análise que faz agora pode mudar conforme o andamento dos fatos. “Eu falo deste momento. Agora, mais para frente pode ser que estes elementos surjam”.
Rui Palmeira foi questionado se a saída da presidente resolveria a crise. “Não. Tirar a Dilma não resolve tudo. Não se resolve esta crise do dia para a noite. É uma crise profunda e de governabilidade. Agora, a presidente tem muita dificuldade para dialogar. Neste momento, a melhor coisa é dialogar. Buscar a conversa com a oposição. Era para ter acontecido muito tempo atrás, não houve”.
“Não sou eu aqui que vou dar conselho a presidente Dilma, mas a maioria das ações que o governo perde no Congresso, perde em suas bases aliadas. Eu não vou ao protesto. Vou estar em casa com a minha família. O meu papel neste momento é transmitir a vocês minha indignação com os acordos não cumprido com o governo federal. Recebemos pedaladas do governo federal", encerrou o prefeito.
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