De acordo com pesquisa de Impactos Econômicos dos Eventos Internacionais Realizados no Brasil, atualizada em março deste ano pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) feita para a Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo – turistas de Negócio e Eventos gastam em média R$ 1.060,00 por dia no País. Para se ter uma ideia, este número chega a ser quatro vezes maior do que as despesas dos visitantes internacionais que vêm exclusivamente em busca de lazer, quando o gasto diário não ultrapassa R$ 258,19.
O setor de serviços e turismo são os principais beneficiados. O gasto principal é referente às diárias de hotel e alimentação. “O visitante que vem a lazer passa poucos dias, o suficiente para conhecer o básico da cidade. Já o que vem para eventos esportivos gasta em média sete pernoites no local da competição, o que, por si só, já representa um grande diferencial entre o perfil desses dois tipos de turistas”, afirma o Secretário de Esportes de Maceió, Antônio Moura.
Isso acontece, principalmente, pelo padrão de vida dos turistas da primeira categoria apresentada. Mais de 97% deles têm nível superior completo, com renda mensal acima dos U$ 4 mil. Em segundo lugar vêm os gastos com transporte, depois, as compras e presentes e, em seguida aparecem despesas com cultura e lazer.
Os números são mais objetivamente observados quando usados exemplos concretos. Entre os dias 20 e 23 de agosto, Maceió vai sediar o Challenge de Triathlon, entrando de uma vez para o cenário dos grandes eventos esportivos mundiais. Com isso, vai poder manter a movimentação da economia em um período considerado como de baixa estação para o turismo.
Para se ter uma ideia, a média de ocupação hoteleira para o mês de agosto, de acordo com dados da Secretaria de Estado do Turismo, é de 45%, enquanto o estimado para agosto deste ano, é de 65%, a maior média dos últimos anos. Não é só este setor que sai ganhando. O público estimado só para este evento é de cinco mil pessoas, sendo 1.200 atletas, e o restante, familiares que vêm acompanhá-los. “Virão atletas de diversos países como Alemanha e até Singapura. Os próprios atletas e turistas, quando bem recebidos, promovem o destino por meio da propaganda positiva e do compartilhamento de imagens, atraindo mais pessoas, isso quando não ficam tão encantados que voltam para lazer tempos depois”, afirma Marcos Pradines, diretor do Challenge.
Esse dado também foi verificado pela pesquisa, que apontou que 38,2% dos turistas de eventos esportivos e de negócios pretendem retornar à cidade sede em no máximo dois anos. Fora isso, além dos três dias efetivos do Challenge, ocorrerão muitas outras atividades preparatórias como congressos, feiras, simulados, o que vai gerar ao todo 400 empregos diretos para a contratação de pessoal para a parte operacional e outros 300 indiretos. A estimativa é de movimentar mais de R$ 10 milhões de reais na capital alagoana. “Se conseguirmos apoio maciço dos entes públicos podemos consolidar Alagoas pelas próximas cinco edições do evento, caso contrário, corremos o risco de perder para um de nossos Estados vizinhos, o que seria uma lástima para a economia local, seja para o período presente, seja para o futuro”, reforça Pradines.
Sobre o Challenge Maceió
O evento acontece dos dias 20 a 23 de agosto, sendo a segunda prova da série de triathlon global challenge family na América Latina, já que a primeira aconteceu em Florianópolis em novembro do ano passado. A prova faz parte da série mundial de competições de triathlon que tem 26 eventos de full e half distance em todo o mundo, incluindo a maior competição de longa distância do planeta, o Challenge Roth, com mais de 5,5 atletas e 220 mil espectadores.
O percurso de Maceió terá um perfil rápido e plano, com potencial de recordes de tempos mais rápidos. O percurso da prova profissional totaliza 113 km, que são divididos em 1,9 km de natação com largada da praia de Pajuçara; 90 km de ciclismo com percurso pela rodovia AL 101 Sul; e 21,1km de corrida pelos bairros da Ponta Verde e Pajuçara.
Além da corrida profissional, que ocorrerá no último dia de competição, o evento, diferente de outros na área esportiva, busca unir a comunidade local e incentivar o esporte para aqueles que não entraram no mundo esportivo ou ainda o praticam de maneira muito amadora. Tem objetivo também de integrar a família, fazendo com que as crianças, esposas e maridos também participem.
Assim, há o Challenge Junior, disputado entre crianças de 07 e 15 anos, o Challenge Women, com percurso de 5 km de caminhada ou corrida, e ainda, o Challenge Sprint, que pretende atingir novos perfis de atletas, os que desejam participar mas em distâncias mais curtas. A novidade dá a chance de triatletas disputarem com um circuito menor e que exige mais velocidade. No Sprint, o percurso é de 750 metros de natação, seguidos de 20 quilômetros de ciclismo e finalizados com 5 km de corrida.
Outras oportunidades
Além da parte esportiva, o primeiro dia de Challenge vai contar ainda com uma feira de exposição de materiais esportivos de última geração, apresentada pelos principais fabricantes do setor, que trarão as maiores novidades e tendências para o mercado.
Fora isso, dia 21 de agosto vai acontecer o Congresso de Ciências da Saúde voltado para o Triathlon, que vai contar com a participação de médicos esportivos, cardiologistas, ortopedistas, fisioterapeutas, educadores físicos debatendo sobre as mais modernas técnicas na ciência do exercício e do esporte. Vai contar também com a participação de atletas e técnicos trazendo suas experiências enquanto profissionais.