No dia de ontem, 06, o senador Renan Calheiros (PMDB) – presidente do Congresso Nacional – foi chamado ao Palácio do Planalto para uma conversa com a presidente Dilma Rousseff (PT). A conversa girou em torno do projeto aprovado pela Câmara de Deputados que vincula os salários das carreiras da Advocacia-Geral da União e de delegados civis e federais a 90,25% do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Dilma Rousseff quer ajuda de Renan Calheiros para barrar o projeto no Senado Federal. O argumento de Rousseff é o cálculo feito pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) trará um impacto aos cofres públicos de R$ 2,4 bilhões. Algo que o governo federal não quer.

Em troca do apoio de Renan Calheiros, a presidente Dilma Rousseff teria prometido – conforme informações de bastidores – “mas atenção ao peemedebista”. Calheiros tem sido um personagem importante para se atingir uma governabilidade, mas ao mesmo tempo é considerado um dos principais “inimigos” dos petistas em Brasília. Uma relação tensa, tão tensa quanto à aliança entre o PT e o PMDB.

Dilma e Renan se reuniram ontem – conforme a imprensa nacional – sem que o encontro estivesse registrado na agenda de ambos. A presidente quer apoio para evitar pautas que aumentem o gasto da União, mas ao mesmo tempo assiste a sua base no Congresso Nacional se esfacelar. PDT e PTB – por exemplo – estão de saída do campo governista. O PR – segundo o líder Maurício Quintella – não vai comprar o que for considerado “pauta do PT”.

No mês passado, por exemplo, Dilma vetou o reajuste aprovado pelo Congresso aos servidores do Judiciário. A presidente – preocupada e isolada – tem pedido que os ministros de seu governo apóiem o vice-presidente Michel Temer no processo de articulação política. A vida não está fácil para Dilma Rousseff. 

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