Nassif e German Efromovich; PSDB e impeachment

06/08/2015 11:20 - Voney Malta
Por Voney Malta

O PSDB está todo saltitante e vem trabalhando pelo impeachment de Dilma. Para tanto tem se aproximado do PMDB que, caso ocorra o afastamento da presidente, quem  assume é o vice, o peemedebista Michel Temer.

Encontros e conversas já ocorreram. Se antes os tucanos pretendiam trabalhar o afastamento de Dilma e Temer, agora sabe que isso não é matematicamente possível. Mas se convencer o PMDB e lhe der o poder, sim, é possível.

Nesse tipo de estratégia o PSDB ocuparia espaço no governo. Falam que o senador  José Serra (PSDB) seria o ministro da Fazenda. A fórmula é a mesma do governo Itamar Franco, que era vice de Collor. FHC foi ministro e depois presidente.

Teorias da conspiração ou não, surgem muitas neste momento. Algumas factíveis, outras absurdas. Mas, em algum momento, toda essa crise terá que ter uma solução. Em algum momento os terá que existir alguma forma de conciliação entre os Poderes.

Em conflitos desse porte, onde o Executivo e o Legislativo estão se comendo, tal canibalismo terá que ser estancado. Será preciso que parte(s) do corpo afetado seja cirurgicamente amputado.

Caso contrário o todo ficará apodrecido e destruído. O custo para as pessoas, empresas, investidores, enfim, para todos, será enorme. Daí terá que haver uma saída, um entendimento, especialmente porque o governo Dilma parece não conseguir recompor sua base política.

E sem essa base, sem o toma lá dá cá, a história mostra que um governante não sobrevive.

EM TEMPO: Você, caro leitor, lembra-se do empresário saudado e comemorado por Teotonio Vilela, João Caldas, entre outros, e que iria construir um estaleiro em Coruripe? Pois bem, é German Efromovich. Acabo de encontrar um texto do jornalista Luis Nassif que trata de “força tarefa da Lava Jato, dos procuradores, delegados e do juiz Sérgio Moro em relação à história da Petrobras, seus aspectos básicos do mundo de negócios, especialmente aqueles que envolvem as relações políticas de alto nível”.

E quem aparece em negócios do governo do PSDB e FHC, quem?

Ele, German Efromovich.

Por isso, convido você a ler:

Luis Nassif, no jornal GGN

LAVA JATO REESCREVEU HISTÓRIA DA CORRUPÇÃO NA PETROBRAS

Há um enorme grau de desinformação da força tarefa da Lava Jato, dos procuradores e  delegados ao juiz Sérgio Moro em relação à higstória da Petrobras e a aspectos básicos do mundo de negócios, especialmente aqueles que envolvem as relações políticas de alto nível.

Alguns pontos para evitarem o tom taxativo de informações falsas.

1.    A corrupção da Petrobras começou em 2003

Sugiro acompanhar o caso German Efromovich, em pleno governo FHC.

Dono de uma empresa de pequeno porte que prestava serviços de manutenção submarina na área de petróleo, German aproximou-se do ex-presidente da Petrobras Joel Rennó, e do superintendente de engenharia Antônio Carlos Agostini.

Graças a esses contatos, conseguiu que sua empresa, a Marítima, cujo capital não chegava a US$ 1 milhão passasse a ganhar quase todas as concorrências da Petrobras para a construção de plataformas de perfuração e exploração de petróleo. Conseguiu contratos de valores superiores a US$ 2 bilhões.

O contrato mais valioso foi a super-plataforma P-36, na época a maior do mundo. Para ser instalada, a Petrobras precisou desembolsar US$ 45 milhões para suprir a parte do contrato não cumprida pela Marítima.

Para assegurar a vitória da Marítima, a jogada de Rennó foi definir um prazo de implantação impossível, de 18 meses. A Marítima foi a vencedora de um contrato de US$ 720 milhões. Constatou-se que não tinha nem projeto nem estaleiro contratado, sequer financiamento. Mesmo assim, foi declarada vencedora.

A plataforma afundou na bacia de Campos (http://migre.me/r343u). Houve uma disputa jurídica interminável entre ambas as empresas.

2.    José Dirceu não poderia ter prestado consultoria para empreiteiras por não ter estrutura de engenharia

A afirmação é do juiz Sérgio Moro.

Por ocasião da renegociação das dívidas da AES com o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), o ex-Secretário de Estados dos EUA Henry Kissinger foi contratado para estabelecer contato com o banco.

Kissinger tinha acesso ao então presidente José Pio Borges. Seu trabalho consistiu em um telefonema, pelo qual foi remunerado por US$ 30 mil. Seu escritório tinha apenas ele e em um assessor.

Redes de relacionamento, contatos internacionais ou nacionais, conhecimento são ingredientes que valorizam consultorias. Dependendo do nível de conhecimento, valem ouro, muito mais do que uma consultoria técnica. Praticamente todos os ex-presidentes dos EUA tornaram-se consultores, tendo como diferencial os contatos internacionais.

O mesmo ocorre no Ministério Público Federal (MPF).

Os ex-procuradores gerais Antônio Fernando de Souza e Aristides Junqueira são advogados de réus da Lava Jato. Foram contratados por seu notório saber ou por suas relações no poder judiciário?

Ex-Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), aposentados, voltaram para a advocacia. Ex-desembargadores, ex-juízes, ex-procuradores tornaram-se titulares de bancas concorridas. O que têm de diferencial? Contatos no setor jurídico.

No entanto, o juiz Sérgio Moro sustenta ser inverossímil os valores de consultoria pagos.

Na condição de consultor, Dirceu abriu para a UTC e a OAS um contrato de US$ 1,2 bilhão no Peru. Segundo os jornais, recebeu US$ 1,1 milhão de pagamento. Se tivesse cobrado US$ 20 milhões, teria sido um pagamento modico.

Na verdade, não soube precificar adequadamente seus contatos internacionais, em Cuba, Bolívia, Peru, Venezuela, Portugal.

Se encontrar outros elementos de incriminação, que se incrimine. Mas duvidar do valor das consultorias denota um desconhecimento amplo sobre o valor dos contatos internacionais.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..