Título de Capitalização: Poupança, Investimento ou Loteria?

05/08/2015 10:56 - Minuto Dinheiro
Por Ricardo Rolim
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Um dos produtos que mais os bancos tentam vender para seus clientes – independentemente da renda ou perfil do cliente - é o Título de Capitalização. Provavelmente você que nos lê agora já foi abordado pelo seu banco, pelo menos 1 vez.

Pode ter certeza: o Título de Capitalização é excelente... Para o banco! Isso porque o banco pega o seu dinheiro, na maioria das vezes mensalmente, investe em diversas aplicações financeiras, empresta para outros clientes, ganha muito dinheiro com isso, e só vai devolver para você o total que você “investiu” no final do plano, praticamente sem correção. Acredite: o título de capitalização rende menos do que a caderneta de poupança! E se você resolver resgatar antes do prazo contratado vai ter que deixar com o banco boa parte do que você colocou - quanto mais cedo você sair, maior será o prejuízo. Se você já possui, procure ficar até o final. Já deu pra perceber que não é um investimento, não é mesmo?

Os bancos oferecem títulos de capitalização em diversas modalidades de “investimento”. Existe no mercado opções de parcela única a até 72 parcelas mensais. Como forma de atrair os clientes, os bancos oferecem prêmios para títulos contemplados, baseados nos sorteios da loteria federal. Se você for contemplado (baixíssima probabilidade), ótimo... Mas se não for (o mais provável), espere até o final para resgatar o que pagou todo mês. Lembrando que, por ser um sorteio, o prêmio tem desconto de 25% de Imposto de Renda, que é retido na fonte.

O título de capitalização talvez possa ser encarado como uma boa oportunidade para aquelas pessoas totalmente indisciplinadas, que acham que essa é uma maneira de poupar um valor mensal para ao final de determinado período resgatar para alguma finalidade, já que as prestações são debitadas automaticamente da conta e, além disso, ainda tem o atrativo de concorrer a um prêmio. É o que muitos chamam de “poupança forçada”. Se você se enquadra nesse perfil, aceite nosso conselho: procure mudar. Saiba que os bancos não oferecem, mas eles possuem outras aplicações automáticas em que você pode investir mensalmente um valor dentro do seu perfil financeiro, com boas possibilidades de remuneração, muito mais vantajosas que os títulos de capitalização.

Nós aqui no Minuto Dinheiro já falamos de uma regra básica para quem quer poupar e não sabe como começar, conhecida como “Pague-se Primeiro”. Você mesmo pode programar aplicações mensais na caderneta de poupança e quando atingir um determinado montante você pode resgatar e fazer uma outra aplicação, como uma LCA/LCI ou investir em Fundos Imobiliários, por exemplo. Outra excelente oportunidade é o Tesouro Direto: a partir de R$ 30,00 por mês você pode investir e aproveitar as excelentes remunerações pagas atualmente, em função da subida da Taxa SELIC.

Como já escrevemos aqui em outras oportunidades, a decisão final sobre os seus investimentos deve ser sempre sua, afinal você tem que ser responsável pelas suas escolhas, pois os frutos bons ou ruins serão sempre seus!

Até a próxima.

 

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Ademir Cruz, formado em Ciências Contábeis, leitor habitual da literatura financeira, irá demonstrar como pode ser interessante o mundo das finanças pela ótica da Bolsa de Valores.

Márcio Raimundo, investidor da bolsa desde 2009; leitor assíduo de fóruns e portais de economia e finanças, mostrará que investir na bolsa é mais simples do que se imagina.

Ricardo Rolim, formado em Administração de Empresas e um curioso em investimentos no mercado de ações e no Tesouro Direto, onde mantém aplicações.

Rodrigo D'Avila, formado em Administração de Empresas. Investe desde 2006 no mercado financeiro e pretende compartilhar nesse espaço os conhecimentos e experiências adquiridas ao longo de todos esses anos.

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