Na manhã de hoje, dia 31, publiquei parte da coletiva concedida pelo prefeito Rui Palmeira (PSDB) em que ele diz que os médicos que trabalham no PAM Salgadinho possuem salários entre R$ 24 mil e R$ 30 mil. Além disto, Palmeira disse que os médicos vão paralisar os serviços do PAM Salgadinho – na próxima segunda-feira, dia 03 – por estarem revoltados com o ponto eletrônico.

“Há médicos que fazem o município de bico e não vão trabalhar. Por isto a revolta com o ponto eletrônico”, atacou o prefeito. Na tarde de hoje, conversei com o presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), Wellington Galvão sobre as declarações do prefeito. Indaguei sobre os “médicos-fantasmas” do município de Maceió e os salários acima da média.

Questionei ainda se as denúncias em relação ao PAM Salgadinho eram apenas “cortina de fumaça” em função da questão envolvendo o ponto eletrônico. Galvão iniciou as respostas justamente dizendo que o prefeito Rui Palmeira “mente em relação ao que diz pagar aos médicos na capital alagoana”.

“Se o prefeito está pagando estes salários que diz pagar para os médicos do PAM Salgadinho, eu digo que tem alguém recebendo pelos médicos, pois o médico não recebe isto. A faixa salarial é algo em torno de R$ 3 mil a R$ 4 mil, dependendo do tempo de serviço. Desconheço o pagamento de salários tão alto. Eu quero saber se é algum assessor do prefeito que está lá no PAM Salgadinho recebendo isto”, frisa.

Wellington Galvão diz ainda que a questão do ponto eletrônico sequer está na pauta de reivindicações apresentadas. “O que nós queremos é condição de trabalho. Isto é bem claro nas reivindicações. Ponto eletrônico não faz parte desta nossa pauta. Nós queremos condições dignas de trabalho para atender a população com dignidade. Queremos que o PAM Salgadinho funcione. Há quatro anos que o centro cirúrgico está parado. As paredes do PAM Salgadinho dão choque e a água é de péssima qualidade. São estas as questões que o prefeito de Maceió tem que responder”.

Rui Palmeira colocou – durante entrevista no dia de hoje – que não permitirá que o PAM Salgadinho seja fechado na próxima segunda-feira. “Que façam protesto, que xinguem o prefeito, mas não vamos permitir que se feche o PAM Salgadinho. Vamos responsabilizar criminalmente e civilmente quem fizer isto”, frisou.

Galvão confirmou a agenda de paralisação para a próxima segunda. “Nós vamos deliberar sobre a greve, mas dentro do que determina a lei. Discutiremos a manutenção dos 30%”. O presidente do Sindicato disse que aguarda uma reunião com o Tribunal de Justiça de Alagoas para discutir o assunto. 

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