Morre em Piranhas/AL um dos mais talentosos flautistas do mundo

31/07/2015 12:34 - Edmilson Teixeira
Por Edmílson Teixeira

Piranhas está de luto desde essa quinta-feira, com a morte do flautista Egildo Vieira, talento alagoano que chegou a integrar o grupo musical Quinteto Violado, e que também chegou a participar de eventos internacionais expondo  sua arte num grande festival ocorrido na Alemanha.

O nosso blog resolveu publicar abaixo uma grande mensagem narrada pelo historiador e empresário Eliseu Gomes, ex-secretário de Cultura do município de Delmiro Gouveia, onde hoje lida no ramo turístico comandando passeios de catamarã entre Olho d’Água do Casado e Delmiro, além de um restaurante típico regional em pleno os Cânions  do Rio São Francisco.

“Como é difícil ser reconhecido nas Alagoas... possivelmente a morte realize esse ato de justiça que em vida lhe foi negado... Egildo, foi muito mais que um artista! As margens do São Francisco, ao longo dos séculos, foi o cenário onde se deu a formação do povo brasileiro... e aí, a violência dos capitães do mato, a escravidão, os massacres dos índios...mas, por aí também passaram os Jesuítas, catequizando, alfabetizando, protegendo a população nativa, construindo igrejas...e, sobretudo, usando a música como ferramenta principal de tão grandiosa obra humanista.

Não é à toa, que a musicalidade eclode na maioria das cidades ribeirinhas, rio acima, desde Piaçabuçu até o teatro de Curaçá...das manifestações culturais do vale, a música é a amalgama que há trezentos anos nos traduz em seus variados tons... Egildo, foi a sublimação do espírito Jesuíta, ele era a música, um catequista...e, assim seguiu creio que inconsciente os passos da Companhia de Jesus, ele superou foi além na sua catequese, com os jovens de Piranhas, criou novos instrumentos musicais, ensinou a construir e a manuseá-los com maestria...

Dessa forma, construiu a Orquestra Harmorial, essa que, como secretário de Cultura de Delmiro Gouveia, tive a honra de trazer para os delmirenses, o que reputo como a maior apresentação artística e cultural de todos os tempos... Teríamos perdido definitivamente a ligação histórica da musicalidade nos sertões, se ilustres piranhenses não tivessem reconhecido o talento no nosso maestro, e, sobretudo, dado ao mesmo toda condição de trabalho para ousar...A Orquestra Harmorial de Piranhas é o legado que nos deixa o nosso querido Egildo, e com ele, terá o reconhecimento dos palcos do mundo, mesmo porque o que é música não morre...Obrigado Egidio!!” Eliseu Gomes

 

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