O momento de crise econômica pode trazer danos para o calendário de ações que é planejado pela Prefeitura Municipal de Maceió. O prefeito Rui Palmeira (PSDB) tem ido às ruas com frequência, sobretudo, para inaugurações. A “ordem” é aproveitar ao máximo o calendário – dentro do espaço permitido pela legislação eleitoral – para associar a imagem de Palmeira a ações positivas feitas pela administração municipal.
“Ganhar terreno” para melhorar a imagem da gestão municipal.
Tudo isto é reflexo – por mais que o gestor municipal negue ou tente afastar a temática de suas entrevistas – da agenda eleitoral que foi antecipada. Rui Palmeira sabe que será o principal alvo de críticas (como já vem sendo, pois elas só vão se intensificar) nos próximos meses. Logo, a estratégia também visa os dividendos políticos para o próprio prefeito e para a administração.
O problema é que a crise econômica pode atrapalhar bastante. O chefe do Executivo – bem como a sua equipe – já sabia que teria que lidar com bem menos recursos do que o que desejava. A Prefeitura Municipal trabalha com um planejamento que previa a queda de receita em função do momento econômico que tem reduzido o consumo no país. Isto se reflete em queda no Fundo de Participação Municipal (FPM), um dos principais elementos de composição de receita do município.
Mesmo sem falar dos reflexos políticos, Rui Palmeira – em recente coletiva improvisada – falou no assunto: “as receitas do FPM têm caído abaixo do esperado. É bem abaixo do previsto no início do ano. O recurso tem vindo menos do que aquele que já se sabia que viria diante da previsão de queda. Não tem ocorrido apenas com a Prefeitura, mas também com o Estado que sofre com a queda do Fundo de Participação Estadual (FPE). Isto mostra que o consumo caiu e a economia não vai bem, obviamente é menor”.
O tucano diz que a Prefeitura tem feito de tudo para que tal cenário não atrapalhe as ações em andamentos. Rui Palmeira lembra dos cortes já feitos no passado, o que incluiu redução de salários de secretários e outros ajustes de contas na administração municipal. Todavia, não descarta novos ajustes. “Se for necessário, nós vamos ter que ter medidas de ajustes. Já fizemos isto no ano passado quando diminuímos alguns gastos”, colocou.
Palmeira deixa a entender que se a receita do município seguir diminuindo não terá alternativa. Para algumas ações, o governo municipal já tenta manter o calendário com empréstimos.
No dia de ontem, o prefeito falou – por exemplo – dos programas habitacionais e suas dificuldades. “Todos os programas que envolvem construtores passam por dificuldades, como ocorre com o Minha Casa, Minha Vida. Os prazos de entrega – muitas vezes – estão sendo reprogramados e é mais um reflexo destas medidas que o governo federal tem adotado”.
De acordo com o tucano, há esperanças de que os investimentos sejam normalizados para garantir as ações. Vale lembrar que Rui Palmeira já lamentou a perda de R$ 180 milhões em relação ao PAC da mobilidade urbana. “É claro que preocupa porque podem sim comprometer ações da administração municipal. São atrasos que nos preocupam”, finalizou.
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