Levando em consideração a premissa de que perguntar não ofende, eis que diante da publicação dos servidores cedidos pelo Tribunal de Contas do Estado de Alagoas a outros órgãos, eu uso deste blog para fazer o seguinte questionamento: senhores prefeitos (infelizmente as prefeituras não são identificadas); governador do Estado, Renan Filho (PMDB), presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas, Luiz Dantas (PMDB) e presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, Washington Luiz, o que estes servidores fazem por aí?
Devem trabalhar, presumo. Afinal, foram cedidos para ajudar aos outros poderes constituídos a prestar um melhor serviço à sociedade alagoana. São 50 almas abnegadas que deixaram o árduo trabalho do Palácio de Vidro da Avenida Fernandes Lima para se dedicarem a outros poderes que não o seu de origem.
Sequer a beleza do caríssimo lustre do Tribunal de Contas – que é de embelezar os olhos dos visitantes – os seguraram por lá.
Mesmo sabendo de suas vocações em ajudar os demais poderes que carecem de servidores (veja o caso do parlamento estadual, quase não tem trabalhadores comissionados por lá, tadinhos!), por uma questão de transparência nada mais natural do que informar à sociedade onde estes funcionários estão lotados. Informem também se eles batem o ponto e onde podemos nos dirigir para sermos auxiliados – como contribuintes – por estes servidores públicos. Afinal, servidor deriva do verbo servir.
Como a informação trazida pela jornalista Vanessa Alencar é de que o Palácio de Vidro segue pagando os salários destes, quanto eles ganham por mês, senhor presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Otávio Lessa? É justo que saibamos se estão sendo bem remunerados diante do sacrifício de terem que sair do Palácio de Vidro para um habitat que não o natural.
Estou pensando no bem destes servidores.
Vejam bem, em relação ao Poder Executivo Estadual são 12. No Executivo municipal, são quatro. Ao que tudo indica em duas prefeituras. Os nomes foram divulgados pela jornalista Vanessa Alencar em matéria do CadaMinuto. Confiram aqui.
Agora, quem é que chama atenção mais uma vez pela quantidade? Ela, a mais carente de funcionários em seus quadros: a Casa de Tavares Bastos. Tão carente que teve que recorrer aos serviços de uma lavadeira – por meio do gabinete da deputada estadual Thaíse Guedes (PSC) – ainda que esta sequer tenha sabido que foi contratada. Mas isto é uma bobagem, não é mesmo? Não impliquemos com isto.
Tão carente de servidores que teve que acomodar suspeitos de serem fantasmas na Folha 108, lá na não tão longínqua Operação Taturana. Tão carente de servidores que uma série de bravos heróis – em anos passados – recebeu mais de cem repasses por ano por conta de suas dedicações excepcionais ao parlamento estadual.
Claro, além destes, a Casa precisa – caso contrário as coisas não andam por lá. São só pouco mais de 800 ativos e outros tantos 800 comissionados. Não dá para trabalhar só assim! – dos funcionários do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas sempre à disposição.
E olhe que me chega a informação de que um destes servidores cedidos é tão abnegado que se dedica ao parlamento estadual mesmo estando lá no Rio de Janeiro. Dá até dó. Mas, estão lá os servidores do TCE. São 25.
Entra em cena um “Globo Repórter” especial: quem são eles? Onde vivem? O que fazem? Perguntar não ofende.
Não faltou gente lotada no Judiciário alagoano. São cinco. Por fim, há uma servidora lotada no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e outra no Tribunal de Contas de São Paulo. Que maldade mandar servidores para tão longe.
Este é o mesmo Tribunal de Contas do Estado de Alagoas no qual há processo aberto contra alguns funcionários justamente por “abandono de emprego”. Enfim, que venham as respostas. Repito: perguntar não ofende.
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