Ex-presidente diz que Câmara virou piada

22/07/2015 11:43 - Voney Malta
Por Voney Malta

Essa frase foi dita pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, o pernambucano Severino Cavalcanti, em entrevista à Folha. Ele renunciou ao mandato em 2005 acusado de receber propina do dono de um restaurante que funcionava dentro do Congresso.

Severino criticou o atual presidente Eduardo Cunha (PMDB) ao avaliar que a instituição piorou muito desde sua saída. Ele afirmou que na gestão dele “era porta aberta, todo mundo tinha entrada. Está muito ruim. Você só ouve piadas”. Não tinha esse negócio de 'eu sou o dono do mundo'"

De fato, Cunha tem representado o que há de pior na política. E digo isso sem usar como base para tal afirmação a acusação de que ele teria recebido propina - o que terá que ser provado, antes de tudo - mas pelo fato de agir de forma rancorosa contra supostos adversários, de pautar as votações com questões que prejudicam o País.

Mas ele agora começa a ficar só, sem contar com o apoio do demais caciques do PMDB, mas com um saco de maldades imenso preparado contra o governo federal, a OAB e outras entidades. Aliás, é bom lembrar, corre o risco de ser preso por conta das acusações da Lava Jato, embora não seja um simples processo.

Eduardo Cunha tem sido o principal responsável pela desarmonia entre os Executivo e o Legislativo ao agir de forma irresponsável e personalista na condução da Casa. Aproveita-se da redução do apoio popular ao governo petista para afrontálo.

Naturalmente que a própria incapacidade política do governo Dilma também contribui para esse quadro político desagregador. Aparentemente ninguém tem “sentado” para conversar e fazer política. Os petistas nos ministérios e a presidente Dilma têm sido incapazes de explicar as medids econômicas, o ajuste fiscal.

Assim como quais são as perspectivas de futuro. Tamanha desarrumação política impacta na confiança da sociedade e na dos agentes econômicos.

Nessa hora surgem os Severinos e os Cunhas da política brasileira.

Menos mal que neste momento instituições como o Judiciário e entidades de classe, por exemplo, funcionam normalmente. Assim como a própria sociedade que parece estar preparada e observando a tudo e a todos, observando o desenrolar dos fatos, das ações jurídicas, policiais e políticas.

O povo brasileiro amadureceu bastante em muitos pontos. Os políticos nem tanto. Estes não estão sabendo superar o momento, muito menos parecem capazes de dar as respostas responsáveis e verdadeiras para que o atual oceano de dificuldades seja superados.

Ao contrário, criam novos ventos e chuvas que alimentam e enfurecem as imensas ondas do mar.

A hora de sentar e conversar está passando. Os meses de agosto e setembro se aproximam e parecem que serão difíceis no campo político e com intensa repercussão no cenário econômico.

 

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