As denúncias feitas pelo Sindicato dos Médicos em relação às condições do Posto de Atendimento Médico (PAM) do Salgadinho são gravíssimas. Não se pode perder isto de foco. É preciso que a Prefeitura Municipal de Maceió apresente um cronograma para a solução daqueles problemas o quanto antes.

Digo isto porque – repito! - não se pode perder o foco em relação a esta questão. Todavia, as falas do prefeito ao tocar no assunto trazem questões paralelas que também precisam ser passadas a limpo. Ontem, tanto o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), quanto o vice-prefeito Marcelo Palmeira (PP) buscaram explicar que – diante das condições financeiras limitadas da gestão municipal – era necessário se fazer inicialmente reformas nas unidades de bairros. Com estas em andamento, a Prefeitura voltaria a sua atenção para o PAM Salgadinho.

Bem, o PAM Salgadinho – caso seja alvo de uma reforma que solucione os problemas – esta só acontece ao final de uma gestão. Lamentável diante da dimensão daquela unidade de Saúde é que muito importante não só para a capital alagoana, mas como para muitos municípios circunvizinhos. A Prefeitura de Maceió não poderia ter tirado o PAM Salgadinho do radar. Ainda mais pelo fato dos problemas serem históricos.

Na gestão passada – do ex-prefeito Cícero Almeida (atualmente deputado federal pelo PRTB) – aquela unidade também foi ficando para depois. O resultado é o que se vê agora.

Dito tudo isto, vem outra questão tão grave quanto e o prefeito de Maceió Rui Palmeira tocou neste ponto: os problemas não são novidades, mas só agora foram alvo de denúncias por parte dos profissionais da Saúde. Palmeira afirma que isto se dá em função da implantação e um ponto eletrônico que fez com que alguns médicos tivessem que trabalhar. O chefe do Executivo municipal faz uma denúncia grave: há médicos que fazem bico.

Ora, isto não exclui a Prefeitura de Maceió de suas responsabilidades. Ela precisa ser cobrada e os resultados em relação ao PAM precisam aparecer o quanto antes. O poder público tem que ser cobrado. Apoio aos médicos nesta luta. Mas, é preciso também que se esclareça: se há “médicos fantasmas” estes também precisam ser denunciados. Não podem ser protegidos pelo corporativismo. Que fique claro que são duas coisas separadas e que se melhore o PAM e que se tenham médicos cumprindo as suas funções como devem com as devidas condições de trabalho.

“Nós tomamos a medida de colocar ponto eletrônico em todas as unidades de Saúde. E vamos fazer isto apesar da revolta de alguns que são os que não trabalham, pois os servidores que trabalham não são atingidos pela medida e sabem que ela é positiva”, colocou Rui Palmeira.

Rui Palmeira ainda é incisivo: “existem servidores que fazem do município um bico. Tem médico que tem 30 atribuições fora, com escritório particular, com outra prefeitura, com cargo no Estado. Fizemos cruzamento de folha e identificamos um médico no município de Maceió que tinha sete vínculos. Em Maceió, no governo, no Estado de Pernambuco. Este cidadão tinha que ter um dia com mais horas do que o normal para conseguir dar conta de tudo. Para estas pessoas o ponto eletrônico é muito ruim”.

Para Rui Palmeira esta tem sido a motivação de algumas denúncias. Eu não quero crer nisto. Afinal de contas, os problemas denunciados existem e são graves. Agora, se há estes fantasmas no serviço público, estes precisam ser colocados para trabalhar. 

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