Conversei com uma das lideranças da Central Única de Trabalhadores (CUT), Isac Jackson, na manhã de hoje, dia 17, sobre a ocupação do prédio da Secretaria de Estado da Fazenda por parte dos servidores públicos estaduais de Alagoas.

Eles reivindicam o reajuste de 6.41%, que é o correspondente ao IPCA, como mostrou matéria do CadaMinuto. Como colocam as repórteres Gilca Cinara e Karine Amorim: “a proposta apresentada pelo governo foi rejeitada pelo Movimento Unificado dos Servidores. O valor apresentado de 5% de reajuste seria pago em três parcelas, ficando 1% retroativo a maio, 2% em outubro e 2% a serem incrementados aos salários no mês de dezembro”.

Pelo discurso de Isac Jackson se percebe que o Movimento Unificado de Greve deve endurecer e não aceita mesmo a proposta do governo por acreditar – como coloca uma das lideranças da CUT – que os “dados apresentados pelo governo não conduzem com a realidade do Estado”.

“Caminhamos para a inflação de dois dígitos e o Estado passa a arrecadar mais com a atual situação, uma vez que são mais impostos, como por exemplo, a relação direta entre o ICMS e a Eletrobras, que é uma das maiores fontes de arrecadação deste imposto”, coloca Jackson, ao fazer a sua leitura.

Para ele, o governo estadual deve lucrar com a crise, o que contraria uma visão que é posta pelo secretário da Fazenda, George Santoro, que coloca justamente que o momento de crise tem afetado por perdas de receita. Nesta semana, em entrevista ao CadaMinutoPress, ele falou de uma frustração de R$ 30 milhões em relação ao Fundo de Participação Estadual.

Um impasse inclusive de leituras de momento e de conjunturas. Vale lembrar: A CUT apóia o atual governo federal. Um governo que negou a crise até onde conseguiu e que inclusive afirmou que a inflação estava sob controle. Hoje, os líderes da CUT já podem perceber que não é bem assim. O que eles reivindicam hoje era visto por quem já não havia caído no conto do “estelionato eleitoral” deste governo.

Claro que o servidor precisa ser bem remunerado e ter reajuste evitando ao menos as perdas inflacionárias. Para Isac Jackson, este reajuste ainda não foi concedida porque se trata de um “governo conservador na política do tesouro”. Ele nega inclusive que os servidores grevistas estejam sendo intransigentes.

“Estamos com uma proposta que é a mais flexível da história. A mais flexível já feita, pois foi aberto mão do ganho real e se pede apenas o IPCA parcelado. Caso o governo não faça isto quebra a política salarial que se tinha”, frisou. O Movimento promete paralisações de 24 horas, depois de 72 horas até – caso não avancem as negociações – entrar em uma greve por tempo indeterminado.

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