A Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação de Jequiá da Praia retirou 23 famílias que estavam em uma área de risco, numa localidade conhecida como Chã da Mangueira, no Centro da cidade.

O trabalho de conscientização e retirada das famílias ocorreu após o deslizamento de uma barreira, ocorrido durante as fortes chuvas no início deste mês. Com risco iminente de novos deslizamentos, as famílias que estavam em locais inapropriados foram levadas para as casas do Conjunto Residencial Três Irmãos, que está sendo construído pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

De acordo com o secretário municipal de Assistência Social, Domício Júnior, o deslocamento foi realizado com o apoio da Secretaria de Infraestrutura e Obras, e com o consentimento das famílias que assinaram um documento atestando que queriam sair da área de risco para as casas do conjunto.

“Assim que soubemos que a barreira havia deslizado, imediatamente iniciamos o trabalho de retirada das famílias. Mesmo com as obras inacabadas no Conjunto Três Irmãos, as famílias preferiram ir para as casas. Nós fizemos todos os atendimentos, levamos as mudanças em caminhões cedidos pela Secretária de Infraestrutura e Obras. Todas as famílias que saíram assinaram um documento confirmando que sabiam das condições do residencial. Da mesma forma, muitas famílias não quiseram sair de suas residências e
assinaram um documento assumindo o risco de ficar. Foi um trabalho feito em conjunto”, explicou o secretário Domício Júnior. 

Desde o ocorrido, as famílias vêm recebendo atendimento das equipes da Secretaria de Assistência Social e o apoio das demais secretarias envolvidas no processo de desocupação das casas. Para que novas famílias não voltem a ocupar a área, as casas desocupadas foram demolidas.

Atraso prejudicial 

Na Chã da Mangueira ainda existem 76 famílias que precisam ser retiradas do local. Entretanto, o município deu prioridade àquelas que estavam em situação mais precária. Isto porque as obras do Conjunto Residencial Três Irmãos, previstas para serem entregues em dezembro do ano passado, estão atrasadas e o local não tem condições de abrigar as demais famílias que
esperam pelas casas.

Ao todo, duzentas residências estavam sendo construídas em regime de= mutirão, mas a obra estacionou. O conjunto vai beneficiar famílias que vivem áreas de risco em Jequiá da Praia. Após o deslizamento ocorrido no início do mês, as 23 famílias que precisaram ser retiradas do local foram removidas para o conjunto, mesmo em condições precárias.

Parte das casas do conjunto já havia sido ocupada por sessenta famílias logo após o trágico acidente que vitimou três crianças, em março deste ano. À época, representantes do órgão se comprometeram em finalizar as casas e providenciar fornecimento de energia elétrica, mas até agora a promessa não foi cumprida.

Na última semana, após mais famílias precisarem ser deslocadas para o residencial, um representante do órgão esteve no conjunto e acordou com os moradores que o órgão iria fornecer o material de construção para que as obras das casas fossem terminadas.

O prefeito Marcelo Beltrão vem cobrando do INCRA, órgão responsável pela construção das casas, a conclusão da obra, atrasada desde dezembro do ano passado. “É muito importante que o Incra finalize esta obra para que tragédias não venham acontecer. A prefeitura vem cobrando e cumprindo sua parte nos acordos feitos para que as pessoas que já estão no conjunto vivam com mais
dignidade. Mas, é preciso que as obras do conjunto sejam finalizadas para que as demais famílias que ainda vivem em áreas de risco sejam retiradas”, ressaltou o prefeito Marcelo Beltrão.