O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, já conversou bastante – conforme informações de bastidores que circularam na imprensa nacional – com a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre os desdobramentos da Operação Lava-jato. Um encontro bastante criticado, pois mostra uma possível interferência do Executivo em relação ao Supremo, o que é inadmissível.
Se a Lava-jato esteve na “pauta” do encontro ocorrido fora do país – em Portugal – é um absurdo sem tamanho. Ainda mais uma conversa totalmente fora da pauta da presidente Dilma Rousseff. Ou seja: demonstra a preocupação do governo como a forma como o desdobramento tem atingido a própria presidente e alguns de seus aliados.
Chegou a fase de esmiuçar as informações que dizem respeito ao núcleo político da Lava-jato e – conforme avança – vai subindo a rampa do Palácio, além de já ter entrado no Congresso.
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros – citado nas delações premiadas e alvo de inquérito aberto pelo STF – também demonstra preocupação. De acordo com matéria publicada no Congresso em Foco, Calheiros também quer um “papo” com Lewandowski sobre os “excessos”.
Em nota, a Procuradoria-Geral da República negou qualquer excesso ou irregularidade nas ações recentes que tiveram como alvo o senador alagoano Fernando Collor de Mello (PTB), que teve carros de luxo apreendidos. Collor também é alvo de inquérito, assim como o outro senador alagoano Benedito de Lira (PP).
Calheiros estuda até tomar providências em relação às ações da PF que visam atingir o núcleo político citado. Collor e Renan foram à tribuna do Senado protestar contra a Polícia Federal e sinalizaram que vão reagir para além do uso das palavras.
A primeira providência: estabelecer um diálogo ao presidente do STF. O conteúdo desta conversa e a forma como ela deve se dar precisa ser monitorado e abre preocupação, pois não se pode aceitar que Lewandowski seja alvo de pressão. Cabe aí as mesmas críticas que foram feitas diante do encontro entre Dilma e o presidente do STF.
Calheiros – conforme matéria do Congresso em Foco – disse o seguinte: “vou procurar o presidente Lewandowski. Vou fazer uma visita a ele para conversar um pouco sobre essa conjuntura. Acho que os Poderes, mais do que nunca, precisam estar voltados para as garantias individuais e coletivas”.
O núcleo político do Petrolão conta com 50 nomes de pessoas com mandato e ex-políticos. Os inquéritos tramitam no STF. Quanto a Calheiros, em uma das acusações ele é acusado de receber propinas, conforme delação de Paulo Roberto Costa.
Além de Collor, foram alvo da Operação Politeia, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), e o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) e outros, como já mostrou o CadaMinuto.
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