O clima não é de tranquilidade dentro do Solidariedade em Alagoas. É o que deu para sentir nas conversas com o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (Solidariedade), quando ele foi indagado sobre as críticas que vem sofrendo de dirigentes da própria legenda em Alagoas.
JHC diz que há uma “minoria” querendo disputar poder e por isto os ataques. Afirma que o mal que ele fez foi não ter distribuído cargos de forma fisiológica ao assumir o mandato.
João Henrique Caldas afirma que tem trabalhado para fortalecer o partido e lançar o maior número de candidatos possíveis na região da Zona da Mata – onde teve boa votação no pleito eleitoral passado, quando se elegeu para uma das cadeiras da Câmara de Deputados – e em Maceió. O próprio JHC é tido como um possível nome na disputa pela Prefeitura de Maceió.
Entretanto, JHC diz que está focado no mandato e no “fortalecimento da legenda”. O parlamentar já fez até convite para a filiação do secretário municipal de Meio Ambiente David Maia – que atualmente é dos quadros do Democratas – para que este concorra a uma das cadeiras do Legislativo municipal da capital alagoana.
No entanto, quando o assunto são as críticas que nascem dentro do ambiente interno da agremiação partidária, JHC liga a “metralhadora giratória”. “Teve sindicalista da Força Sindical que foi me criticar na mídia porque queria cargo no meu gabinete. Eu neguei e a partir daí iniciou um dissabor e algumas pessoas querendo emplacar uma oposição dentro do partido”.
De acordo com João Henrique, “quiseram até tentar inviabilizar a candidatura (dele) a deputado federal. Fizeram arruaça e sequer participaram da eleição passada do Solidariedade, apoiando outros candidatos e de outros partidos”. Um dos nomes citados por JHC é Thiago Cassimiro. “Este cidadão tem cargo na SMTT e eu não sei se trabalha lá. Parece que agora quer ir ao PSDB”.
O parlamentar insinua que Cassimiro – por conta de ter migrado para o ninho tucano – é um cargo comissionado que não vai trabalhar. A SMTT – por meio de nota oficial – negou que se trate de um “funcionário fantasma”. Vou colocar a versão da pasta ao final do texto. Vamos primeiro ao ambiente partidário do Solidariedade. O sindicalista ao qual JHC se refere é o membro da Força Sindical, Gima.
Conversei com Cassimiro, ele diz que o deputado federal falta com a verdade. “Eu tenho um cargo na Prefeitura antes mesmo de ter me filiado ao PSDB. Assumi depois a presidência da juventude do PSDB”. Cassimiro ocupa o cargo de coordenador de Estacionamento e articulador da chefia de gabinete da Prefeitura. “Exerço a função dentro da legalidade e estou trabalhando”.
“O oportunismo deste deputado, que fala para querer aparecer sempre, já virou balela”, rebate. “Eu fico a disposição para um debate com a sua pessoa. O problema dele é que o mesmo tem um problema pessoal comigo, pois não gosto de mentira e de politicagem rasteira. Alagoas sabe a face dos verdadeiros corruptos do Estado. Eu fico triste que um deputado como esse seja tão teatral”, frisou.
“O partido nasceu do movimento sindical. O presidente do partido também é presidente da Força Sindical. Não trabalho como ‘chumbeta’ de político nenhum”, finalizou.
O presidente da Força Sindical e dirigente do Solidariedade, Albegemar Cassimiro – o Gima – também conversou com este blogueiro. “Este desentendimento e estas críticas que surgiram ao deputado não são pessoais. Ele falou que eu ataco a pessoa dele, mas não se trata disto. Eu sou contra a forma como ele conduziu e conduz o partido Solidariedade aqui em Alagoas. O partido regrediu porque ele não queria assinar diretórios municipais e aproveitou o partido para se candidatar a deputado federal. É inverdade dele ao dizer que eu queria cargo comissionado no gabinete dele”.
“Quando o partido foi fundado ele era deputado estadual. Sequer era federal. Quando ele assumiu o mandato de deputado federal eu já havia tido este desentendimento porque ele queria que os diretórios fundados trabalhassem para ele como cabo eleitoral. Eu não aceitei. Agora, na semana passada ele foi convocado pela nacional para fazer esclarecimentos sobre a decadência do partido em Alagoas. Ele não foi. Como ele não foi, a Executiva Nacional me convidou e fui com o secretário-geral do partido. O Paulinho da Força - que é o presidente nacional – deu 48 horas para ele assinar o partido de Maceió. Ele não assinou”, coloca Gima ao dar a sua versão dos fatos.
De acordo com Gima, o que se busca é o crescimento do partido e do número de filiados, bem como a estruturação para o processo eleitoral de 2016. “O parlamentar nada fez pelo partido. O Solidariedade tem 500 filiados em Alagoas. Em Arapiraca só tem um filiado. Eu sou contra isto. O partido não pode ter dono. Ele tem que ser de todos os filiados. Os diretórios são mantidos e orientados pela Executiva estadual”, encerra.
Em relação à SMTT que foi citada no meio do “tiroteio”, por nota, o órgão afirma o seguinte: “Por meio de nota, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Maceió esclarece pontos acerca da denúncia do deputado estadual João Henrique Caldas de um funcionário 'fantasma' da SMTT. O sr. Tiago Cassimiro, ora citado, desempenha o cargo de coordenador de Estacionamentos e articulador da chefia de gabinete da Prefeitura, portanto exercendo a sua função dentro da legalidade e em consonância com os preceitos legais e éticos de servidor público em cargo de comissão”.
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