Já havia conversado com o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), sobre o assunto “Melina Freitas”. A secretária de Cultura é acusada de diversos crimes que teriam sido cometidos quando ela era a prefeita do município de Piranhas. A situação se encontra nas mãos da Justiça.
Por conta das investigações, com fortes indícios de fraudes em compras e serviços da Prefeitura Municipal de Piranhas, Melina Freitas foi alvo de ações do Ministério Público Estadual que se encontram aguardando julgamento dentro do trâmite previsto pela lei.
Recentemente, o Ministério Público chegou a recomendar que Renan Filho exonerasse a secretária. O governador peemedebista argumentou em relação ao benefício da dúvida, a presunção de inocência que levantam a possibilidade de Freitas ser inocente.
Ela pode ser inocente? Claro. O processo está na Justiça. Todavia, em um exercício de lógica poderia se perguntar ao governador Renan Filho o seguinte: “se Vossa Excelência fosse um empresário contrataria para um cargo de gestor da empresa alguém que respondesse a tantos crimes com fortes indícios de ilicitude ou optaria por outra pessoa?”.
Os indícios já foram mostrados amplamente em um jornal em rede nacional, que fez com que o assunto mais uma vez repercutisse em Alagoas. Melina Freitas – como prevê o Estado Democrático de Direito – deve sim apresentar o contraditório. Ela já afirmou – em nota à imprensa – que pretende apresentar sua defesa e provar sua inocência.
O fato é que é inegável que há um desgaste político para o governador diante dos fatos sucessivos. E isto independe da inocência ou culpabilidade da secretária. Melina Freitas – dos quadros do PMDB – permanece na pasta com o aval do governador. Ele chama para si a responsabilidade da indicação e da sustentação desta.
Agora, mais uma polêmica. Os bens bloqueados e a quebra de sigilo de Melina Freitas, pela Justiça, são motivos para a mesma indagação ao governador: Melina fica na equipe? Achou que mudaria algo em relação à postura de Renan Filho? Não mudou. Ele continua apostando na inocência da ex-prefeita.
Bem, Renan Filho argumenta que Melina Freitas – que ainda não ganhou a simpatia de determinados grupos dos segmentos culturais de Alagoas – ainda irá surpreender no comando da pasta da Cultura que funciona no antigo Palácio Museu Floriano Peixoto, um dos mais belos prédios públicos da capital alagoana.
Na manhã de hoje, dia 08, falou sobre o assunto com jornalistas. Renan Filho foi enfático e objetivo: “A Justiça tem o direito de bloquear os bens, mas a Melina Freitas tem o direito de recorrer e mostrar sua defesa. Vamos aguardar”.
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Obs: a entrevista de Renan Filho foi longa. Dividiu-se, aqui no blog, por temas. Por esta razão, divido as postagens para ficar mais fácil de ser lido pelo leitor. Ainda vai existir outro texto sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e convocação da reserva técnica.