De acordo com informações do Estadão, um forte aliado do presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB), visitou 45 vezes o escritório da Petrobras. Os registros de entrada e saída do edifício-sede da empresa estatal foram solicitados por investigadores da Operação Lava-jato e apontam – conforme a reportagem – encontros de parlamentares investigados por suposta participação no esquema com o ex-diretor da petroleira Paulo Roberto Costa, outras autoridades e da ex-presidente da estatal Graça Foster.
Vale ressaltar que desde que foi citado como possível envolvido no esquema de corrupção que tomou conta da Petrobras, Renan Calheiros tem alegado inocência e diz que vai provar isto em plena luz do dia. O aliado em questão é Aníbal Gomes que é citado nas delações premiadas como um dos amigos fortes do senador Calheiros dentro do esquema de desvio de recursos por meio do pagamento de propinas.
É o motivo pelo qual a Procuradoria-Geral da República – por meio do procurador Rodrigo Janot – solicitou a abertura de inquérito contra o peemedebista alagoano. Nos depoimentos, Aníbal Gomes aparece como um “interlocutor” do presidente do Senado Federal nas supostas intermediações com a diretoria da Petrobras.
Além de Renan Calheiros, os outros dois senadores alagoanos – Fernando Collor de Mello (PTB) e Benedito de Lira (PP) – também são investigados. Ambos também alegam inocência. Por sinal, a bancada federal ainda conta com mais um investigado: o deputado federal Arthur Lira (PP), que também afirma não ter nada a ver com o esquema denunciado pela Polícia Federal.
Dos alagoanos, apenas Collor não foi visto no local.
De acordo com o levantamento feito pela reportagem, Gomes se reuniu ainda com o ex-diretor Néstor Cerveró e com outros funcionários de alto cargo na estatal. Um ponto positivo para ser usado por Renan Calheiros: não há registros de entrada do senador peemedebista no período em que foi analisado pelas investigações. Sendo assim, não é possível fazer acusações diretas.
As visitas de Aníbal Gomes são associadas a Calheiros em função das delações premiadas feitas por Paulo Roberto Costa. Um senador que teve o registro de visita foi Ciro Nogueira (PP). Por sinal, o PP é o partido com mais políticos investigados. Além de Nogueira, o senador Benedito de Lira (PP) esteve duas vezes no prédio sede da estatal. Há um registro ainda de uma visita do senador Arthur Lira (PP).
Os demais pepistas citados são o deputado Jerônimo Goergen, o ex-deputado Luiz Argôlo e João Pizzolatti, Waldir Maranhão (MA); Luiz Fernando Faria (MG), Nelson Meurer (PR), Roberto Egídio Balestra (GO), Simão Sessim (RJ) e os ex-deputados do partido Pedro Corrêa e Pedro Henry.
Outro dado que pode complicar o PMDB: o lobista Fernando Baiano também esteve cinco vezes na estatal. Em um dos encontros, conforme investigações, esteve com Paulo Roberto Costa. Os registros também não apontam visitas do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari.
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