Enfrentando um ano de forte crise financeira, o calendário eleitoral antecipado e críticas da opinião pública, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), tem demonstrado – apesar do estilo calmo e distante de “passionalidades” – que não vai ficar calado em relação ao momento que atravessa a gestão municipal.

Só escolheu falar sobre o assunto de maneira um tanto quanto tardia. Pois são assuntos relevantes que já deveriam estar em pauta.

Palmeira já fez duras críticas ao governo federal ao destacar o desfinanciamento da Saúde e a promessas de verbas que nunca chegaram para ações na área de mobilidade urbana. Ele praticamente culpa gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) por ter que correr atrás de empréstimos que – segundo ele – servirão para obras, modernização da administração além da urbanização da orla lagunar.

Agora, o tucano faz coro – ainda que um tanto quanto atrasado em relação à urgência do tema – em uma bandeira da maioria dos prefeitos brasileiros: a revisão do pacto federativo. No auge do debate sobre o pacto federativo em Brasília (DF) – uma discussão capitaneada pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB) – Rui Palmeira foi enfático: ou o tema avança, ou então a Prefeitura de Maceió “não suporta mais”.

“O apoio do Congresso Nacional veio em boa hora”, colocou. “O modelo (do atual pacto federativo) está saturado. É injusto”, frisou Rui Palmeira. De acordo com ele, um dos maiores reflexos é justamente na área da Saúde.

Rui Palmeira ressalta que – constitucionalmente – tem que gastar 15% da arrecadação para o atendimento médico, mas é obrigado a destinar à área de Saúde de 20% a 25%. Para o tucano, mais um caso provocado pelas distorções do sistema tributário no país. Vale chamar atenção: um problema que sempre existiu, mas que só diante da crise os prefeitos se arregimentam devido à urgência.

Tivessem tido coragem para o tema antes teriam contribuído bem mais para o país. Claro que a crítica é muito mais direcionada aos partidos de oposição que se portaram de maneira covarde diante de duas temáticas urgentes à nação: reforma tributária e pacto federativo. Tinham por obrigação ter forçado esta agenda. Hoje, choram sobre a própria omissão.

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