Os tucanos mais vividos estão francamente desconfortáveis com o comando do senador mineiro Aécio Neves. Muitos consideram que a oposição radical do quanto pior melhor, comandada por ele, é prejudicial porque o partido deixa de lado suas bandeiras como a livre iniciativa e a responsabilidade fiscal dos entes públicos.

São várias e variadas as vozes que começam a fazer questionamentos. O ex-deputado e ex-secretário da Casa Civil de São Paulo, Arnaldo Madeira, que também coordenou o programa de governo de Aécio em 2014, disse que está difícil entender o partido que, em vez de defender conceitos, faz uma oposição semelhante a que PT fazia contra o PSDB. E diz: “Agora só falta o PSDB votar contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, foi outra voz a se insurgir contra o atual comando. Ele disse que o seu partido “não tem projeto de país”. Para ele a falta de debate se agravou durante a gestão de Aécio Neves e temas como reforma política e mudanças previdenciárias não são discutidas e decididas dentro do partido.

Já para o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, o PSDB “virou um partido incoerente, vota contra tudo, imita o antigo PT oposicionista e defende ideias que, se aprovadas, lhe cobrarão preço alto caso volte ao governo” criticou referindo-se aos 45 votos dados pela sigla na sessão que derrubou o fator previdenciário.

Mais adiante, o ex-ministro foi mais duro: “Ao patrocinar retrocessos institucionais, parece renegar sua contribuição à modernização e ao desenvolvimento do país”.

Enquanto as principais lideranças do PSDB não se entendem sobre a cara do partido, o senador Aécio Neves segue adiante como se a eleição de 2014 ainda não tivesse terminado.

Uma derrota que parece ainda não ter cicatrizado.