Mesmo com apelos para fim de "ladainha", votação de vetos à 17ª Vara é adiada

26/05/2015 17:37 - Política
Por Vanessa Alencar
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Após meses de polêmica, a novela envolvendo os vetos parciais ao Projeto de Lei que regulamenta a 17ª Vara Criminal prossegue na Assembleia Legislativa (ALE). A votação, que ocorreria em sessão extraordinária na tarde desta terça-feira, 26, foi adiada a pedido do deputado Antônio Albuquerque (PRTB), apesar dos apelos de vários colegas para que a apreciação ocorresse hoje. Com isso, a matéria só deve voltar à pauta na próxima semana.

Na sessão ordinária que antecedeu a extraordinária, os deputados aprovaram - com o voto contrário de Albuquerque - o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) favorável à manutenção dos vetos. Na sessão do dia 20 de maio, o documento foi retirado de pauta também em razão de pedido de adiamento feito pelo parlamentar.

Em seguida, o parlamento debateu, mais uma vez, os temas 17ª Vara Criminal e votação aberta (ou secreta) de vetos governamentais, em uma sucessão de discursos repetitivos sobre as polêmicas.

Antes do início da sessão extraordinária, Bruno Toledo (PSDB) se retirou do plenário como forma de protesto contra a votação secreta. "Não podemos descumprir decisão judicial", afirmou, repetindo a atitude tomada na terça-feira passada, quando se negou a votar os vetos do governador Renan Filho (PMDB) a projetos de lei que estavam na Ordem do Dia.

Discordando do colega, Olavo Calheiros (PMDB) defendeu a posição da Mesa Diretora pela manutenção do voto secreto. "O Regimento e a Constituição Estadual foram respeitados. A decisão da juíza é errada e o Judiciário teve a chance de corrigir, mas manteve. O problema é que a Assembleia é a Geni. Todos querem se posicionar contra ela", desabafou, se referindo à famosa música de Chico Buarque.

Albuquerque voltou a afirmar que a lei é um engodo à sociedade e a cobrar explicações mais claras sobre as consequências da manutenção ou derrubada dos vetos. "Precisamos esclarecer o que vamos votar. Se não votarmos hoje, vamos votar na próxima terça-feira. Eu não aguento mais adiar essa matéria", destacou.

O presidente da Casa, deputado Luiz Dantas (PMDB) explicou que convocou a sessão extraordinária para apreciar os vetos porque a questão tem desgastado demais o Poder Legislativo. "Precisamos produzir uma agenda positiva nessa Casa. É necessário que se vote o veto para produzir essa agenda para Assembleia", argumentou.

Tarcizo Freire (PSD) resumiu o desgaste provocado pela longa discussão, ao apelar para que a votação não fosse adiada: "Que seja voto aberto, fechado, voto sentado, em pé... Que se vote como quiser, mas resolvam hoje, porque ninguém aguenta mais essa ladainha, esse vai e vem. Os deputados têm que trabalhar", desabafou.

Os deputados Rodrigo Cunha (PSDB), Francisco Tenório (PMN), Jó Pereira (DEM), João Beltrão (PMDB) e Galba Novaes (PRB) também discursaram.

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