Familiares de pacientes psiquiátricos apelam para que MPE ajude a evitar “catástrofe”

19/05/2015 17:02 - Maceió
Por Redação*
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Funcionários e familiares de pacientes das clínicas psiquiátricas José Lopes, Miguel Couto e Ulysses Pernambucano solicitaram a intervenção do Ministério Público Estadual (MPE) para evitar o fechamento das clínicas e a suspensão do atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O grupo foi recebido nesta terça-feira, 19, pela promotora de Defesa da Saúde Pública, Micheline Tenório.

O caso ganhou repercussão depois que a direção da Clínica José Lopes comunicou, na semana passada, que encerraria o atendimento pelo SUS e poderia fechar as portas devido a dificuldades financeiras.

Micheline Tenório ouviu os relatos e os pleitos de comissões de familiares e funcionários das unidades de saúde e na próxima semana deverá ouvir a direção da clínica José Lopes. “Estamos ouvindo a todos os envolvidos nessa situação, colhendo as informações necessárias para que possamos contribuir para solucioná-la, cumprindo a nossa missão de defender a saúde pública, por meio das providências cabíveis”, destacou a promotora.

A presidente da Associação dos Familiares e Amigos dos Doentes Mentais do Estado de Alagoas, Marluce Souza de Melo, disse entender que as clínicas estão trabalhando no vermelho, mas lembrou que existem pacientes que estão internados há anos e não têm para onde ir.

“A dificuldade financeira obriga a concessão de alta aos pacientes que precisam de tratamento. Se nas clínicas estão faltando medicações e insumos em geral, imaginem nas casas desses pacientes, que na maioria são formadas por famílias desestruturadas. Precisamos de uma solução concreta, afinal não adianta cobrir um santo e descobrir outro. Queremos providências e que elas sejam o melhor para o doente, para a família e para a sociedade. É um caso de utilidade pública, por isso, espero que o Ministério Público de Alagoas consiga tomar uma solução que seja benéfica para todos, evitando-se assim uma catástrofe”, expôs a presidente.

Presente a reunião, o representante do Sindicato dos Empregados da Saúde do Estado de Alagoas, Francisco Lima, disse que representantes dos três hospitais de psiquiatria citados alegam que recebem diárias irrisórias para custear as despesas com os pacientes e, que diante da crise financeira pode ocorrer demissão em massa de funcionários.

“Nós decidimos nos juntar aos familiares dos pacientes, porque estamos também preocupados com a questão do desemprego que a crise financeira pode causar. Chegou ao nosso conhecimento que algumas clínicas não vêm depositando os valores do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço dos seus funcionários desde 2014. O fechamento de uma clínica, o não atendimento aos 127 pacientes internados e o desemprego são questões sociais que merecem a nossa atenção e a busca por soluções”, disse o sindicalista.

O caso

De acordo com familiares de pacientes, a direção da Clínica José Lopes comunicou, em reunião ocorrida no dia 12 de maio, que, em virtude de dificuldade financeira, encerraria o atendimento pelo SUS e, poderia fechar as portas. Por conta disso, os gestores solicitaram que os responsáveis pelos internos providenciassem a transferência para outras unidades.

Conforme Marluce Souza, em Alagoas não há vagas disponíveis em clínicas de repouso ou hospitais psiquiátricos que atendam pelo SUS.

 

*Com MPE/AL

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