O governo federal – em especial a presidente Dilma Rousseff (PT) – teme uma derrota história dentro do Congresso Nacional: não conseguir “levar” jurista Luiz Edson Fachin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira, dia 11, Fachin segue sendo sabatinado pelos senadores.

Todavia, há toda uma trajetória para que Fachin chegue ao Supremo Tribunal Federal. Contra ele, pesa sua história de “progressista” e a ligação com o próprio Partido dos Trabalhadores, além de opiniões já dadas – em textos – em relação a valores, como o casamento e até mesmo o Movimento Sem Terra (MST).

Há reação popular contra a nomeação de Fachin. Tanto, que o próprio jurista encampou uma campanha por seu nome e usou vídeos na internet para se justificar e rebater algumas críticas. Diante deste cenário, Dilma Rousseff tem se agarrado a quem pode.

No dia de ontem, 11, conforme bastidores políticos, a presidente “pressionou” o senador Renan Calheiros – que comanda o Congresso Nacional – para que ele “comprasse a causa” de levar Fachin ao STF. Dilma aproveitou a viagem para Santa Catarina, para o enterro do senador Luiz Henrique Silveira (PMDB),  e abordou Renan Calheiros.

Ela pediu o empenho de Renan Calheiros na aprovação de Fachin. Calheiros e Dilma Rousseff vivem uma relação de tensão, que anda estremecida desde que a presidente vem sofrendo a vertiginosa queda de popularidade. O presidente do Senado Federal está cada vez mais distante do governo.  O peemedebista já trocou até farpas com o vice-presidente e coordenador político do Planalto, Michel Temer (PMDB).

A aprovação de Fachin depende dos votos no plenário. Uma decisão que – em épocas passadas – era meramente formal pode ganhar conotação política e, além dos motivos inerentes ao currículo de Fachin, ainda sofra as consequências da tempestade perfeita que se instalou em Brasília.  São várias as contestações ao jurista. 

A presidente segue isolada e "terceirizando" o papel do governo e da articulação política. 

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