Lessa diz que Lava-jato não vai atrapalhar coordenação da bancada apesar do número de envolvidos

02/05/2015 08:50 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Em entrevista ao site Política Real, o ex-governador de Alagoas e deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) foi questionado sobre o trabalho na coordenação da bancada federal. Lessa assumiu o posto que antes era ocupado por Givaldo Carimbão (PROS). Teve o apoio de praticamente todos os deputados federais e senadores alagoanos.

Agora, lida com uma bancada federal composta por 12 nomes (três senadores e nove deputados federais). Com um agravante: desta bancada, quatro estão sendo investigados por conta do suposto envolvimento com o escândalo da Petrobras que resultou na Operação Lava-jato. São eles: os três senadores – Renan Calheiros (PMDB), Fernando Collor (PTB) e Benedito de Lira (PP) – e um deputado: Arthur Lira (PP).

De acordo com Lessa, a bancada está focada em questões prioritárias para o Estado. Apesar de classificar como ruim o fato das denúncias que envolvem alagoanos e a Lava-jato, ressaltou que o escândalo que formou a “tempestade perfeita” em Brasília não vai atrapalhar a coordenação, nem prejudicar a agenda traçada.

Ronaldo Lessa diz que o “fato em si não é bom para Alagoas. Nem para eles (os que foram citados pela Procuradoria Geral da República para que fossem abertos os inquéritos), nem para o Estado”. “É uma notícia que não agrada ninguém. Contudo, isso não atrapalha minhas ações como deputado federal, nem como coordenador da bancada. São questões distintas. Nosso objetivo é buscar melhorias para Alagoas, por meio da articulação com o governo federal e diversos segmentos”.

Lessa focou na questão do orçamento da União. “Nosso papel é apenas para questões coletivas da bancada, ou seja, as emendas de bancada. Este ano ainda não as apresentamos. Vale lembrar que há anos essas emendas não são liberadas pelo governo federal. No que diz respeito às emendas individuais, cada parlamentar fica a cargo das suas. Nossa orientação, porém, é de que sejam indicadas de acordo com as necessidades do Estado. Para isso, realizaremos na próxima segunda, dia 04, uma reunião com o governador Renan Filho (PMDB), que na ocasião vai indicar quais são as prioridades de atuação do governo”.

Falou ainda da necessidade de redirecionar a pauta da Câmara de Deputados presidida por Eduardo Cunha (PMDB/RJ). “Ultimamente tem tratado (a pauta da Câmara) mais das consequências do que das causas”. “Estamos vivendo a doença da PEC, quando na verdade o Congresso precisaria tratar de uma agenda positiva para o País, priorizando anseios da sociedade. A reforma política, por exemplo, está virando reforma eleitoral. Acredito que as questões nordestinas serão contempladas com a construção de um novo pacto federativo, que corrija distorções como o financiamento da saúde”.

“Hoje o per capita de investimento na área varia de estado para estado. Essa variação representa uma diferenciação de tratamento entre os cidadãos do País. Outra questão é o financiamento das dívidas: não existe uma única taxa de juros, elas também mudam. E o pior, em ambos os casos, os estados mais pobres, do Norte e Nordeste, sempre são mais prejudicados”, complementou Lessa.

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