De acordo com as discussões que ocorreram na reunião, mais recente, do Partido dos Trabalhadores de Alagoas, a agremiação – apesar da crise nacional que vivencia – quer sair do papel de mero coadjuvante dos processos eleitorais, como ocorreu nos mais recentes pleitos. O PT – quase sempre – se comportou como um “apêndice” do PMDB do senador Renan Calheiros.

Basta puxar pela memória. Em 2010, quando o candidato ao governo foi o atual deputado federal Ronaldo Lessa (PDT), o PT abriu mão de lançar um candidato ao Senado Federal – na época o delegado José Pinto de Luna – para acomodar Renan Calheiros na chapa Em troca, indicou o vice de Lessa: o atual secretário de Desenvolvimento Social, Joaquim Brito.

O grupo foi derrotado pelo ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Nas eleições de 2012, na disputa pela Prefeitura de Maceió, novamente fez parte do grupo no qual se encontrava Ronaldo Lessa. A candidatura do deputado federal sequer vingou por conta de problemas com a Justiça Eleitoral.

Nestas eleições mais recentes, o PT apenas se ocupou em trabalhar para se fortalecer no Legislativo. Em 2010, fez três cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Nas eleições de 2014, o PT ficou com duas cadeiras no parlamento estadual – Ronaldo Medeiros e Marquinhos Madeira – mas, em compensação, elegeu o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT).

Em Maceió, em 2012, fez o vereador Cleber Costa (PT). Ampliar a bancada na Casa de Mário Guimarães também é uma aposta do partido que vai para o próximo pleito lidando com os reflexos do escândalo nacional que faz com que parcela significativa da opinião pública rejeite a legenda.

Porém, o desafio maior, será alcançar o protagonismo na disputa pela Prefeitura de Maceió, após muito tempo sem disputar cargos ao Executivo. O PT faz parte da base da administração do governador Renan Filho (PMDB), com espaços no primeiro e segundo escalão. O PMDB também demonstra interesse na disputa pela Prefeitura de Maceió. Tem nomes para isto. Seria uma estratégia do Palácio República dos Palmares permitir que a base rache?

De qualquer forma, os petistas já trabalham para construir seus pré-candidatos. Há nomes dentro da legenda: o ex-deputado estadual e presidente do Serviços de Engenharia do Estado de Alagoas, Judson Cabral; o deputado estadual Ronaldo Medeiros e até mesmo o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT).

As pré-candidaturas já devem ser discutidas no próximo dia 9 de maio. O PT ainda quer trabalhar para que seja uma candidatura com o apoio do PMDB, repetindo a aliança no governo estadual só que com os “pólos” invertidos. Todavia, para consolidar uma candidatura o partido no âmbito local terá que trabalhar sabendo dos reflexos dos escândalos nacionais em sua imagem.

Nunca um partido esteve tanto na berlinda por conta de denúncias envolvendo a estrutura da Executiva nacional, haja vista o que aconteceu com seus tesoureiros. 

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