Apesar de haver resistência em ambos os partidos, a possível fusão do PTB e do Democratas preocupa o governo federal. Para o PT, o interessante é que a fusão de fato não ocorra. O motivo? O número de filiados.

A nova sigla pode chegar mais de R$ 2 milhões. Chegará a um patamar de filiações que ocupados apenas pelo PMDB e o PT. Além disto, PTB e Democratas juntos podem formar a quarta maior bancada.

O grande problema é que a fusão é uma mistura – como diz o dito popular – de “jacaré com cobra d’água”. Ou seja: a junção de duas coisas completamente diferentes. Por isto, as resistências internas nas legendas são imensas.

Em Alagoas, por exemplo, o presidente do Democratas, José Thomaz Nonô foi enfático: “sou contra. Vou resistir”. Nonô concedeu entrevista – no dia 9 de abril – à jornalista Eliane Aquino, em seu blog, aqui no CadaMinuto.

“O Democratas faz oposição clara, sistemática, como vai ficar sua credibilidade caso haja essa fusão?”, questiona. “Eu tenho uma vida dentro do partido, fui para lá porque, antes mesmo de todos, eu já dizia que Lula é o maior ladrão desse país, foi ele quem institucionalizou a corrupção no Brasil, e o Democratas tem sido o único a fazer oposição clara, sistemática, ao PT”, diz o ex-vice-governador. Ele lembra que perdeu a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, no governo Lula, por causa do “mensalão”. “Fui uma vítima do mensalão na Câmara dos Deputados”, complementa.

É de posições como a de Nonô que o PT precisa para evitar o nascimento de uma legenda grande, ainda que difusa. O Democratas foi com muita sede ao pote e acabou levando uma estocada do PTB. As negociações – entretanto – não foram descartadas, mas dificilmente – pelo ambiente de hoje – se concretizam. Mas, como política é igual a nuvens no céu...

Quem trouxe esta preocupação do Planalto foi a Revista Época. O governo calcula que uma fusão o fará lidar – independente de se aliado ou oposição – com uma legenda grande e pulverizada. Para acabar com qualquer possibilidade, o Planalto – publica Época – deve apostar em um aliado: o senador Fernando Collor de Mello (PTB).

Apesar dos recentes posicionamentos de Collor, com ataques ao governo por conta da política de ajuste fiscal, o petebista é tido como um importante aliado. Por sinal, a relação entre Collor e o PT é um capítulo a mais. Todas as vezes que o Partido dos Trabalhadores precisou “queimar” um adversário, comparar este a Collor surgiu como estratégia. Foi feito isto com Eduardo Campos (falecido em um acidente aéreo) e Marina Silva (PSB), durante a campanha presidencial de 2014.

Sobre a negociação, em nota oficial, a presidência do PTB coloca: "Reforço que a negociação para a fusão das duas siglas está mantida nos termos até agora avalizados pela Executiva Nacional do PTB e que os prazos ajustados com o DEM serão mantidos". Repito: as resistências para que estes diálogos sigam são imensas.

O senador Ronaldo Caiado (Democratas) é outro também que se posiciona contrário. Avisa que vai brigar até as últimas consequências para que não haja a união. 

Estou no twitter: @lulavilar