Lá se vão 100 dias do governo Renan Filho. A área que mais avançou foi a segurança com  intensificação de ações policiais. Muitos supostos criminosos têm sido presos ou mortos em confronto com as forças de segurança. Isso cria um clima positivo de que há segurança.

No entanto, todos os poderes constituídos de Alagoas estão sendo derrotados pelos criminosos que comandam as torcidas organizadas de CSA e CRB. O Judiciário por não ter brigado e reclamado pelo não funcionamento da delegacia itinerante.

O Executivo e as suas polícias porque não se anteciparam em tirar de circulação os bandidos travestidos de torcedores. E isso deveria ter sido um trabalho de inteligência com policiais infiltrados nas organizadas há bastante tempo.

Por fim, entram nesse bolo o Ministério Público e a Federação Alagoana de Futebol. Buscam o caminho mais fácil como quem, juntos, lavam as mãos ao optarem pela injustiça. Sim, isso mesmo. Injustiça ao impedirem a presença de torcedores do CRB no clássico.

No jogo anterior entre os dois maiores times de Alagoas foi uma partida para duas torcidas. Agora só uma é punida sem que os verdadeiros e conhecidos criminosos sejam responsabilizados.

De fato, tal posição representa o fracasso de todos os poderes e órgãos envolvidos na questão da segurança. Enfrentar bandidos que controlam as torcidas organizadas é combater a impunidade que alimenta aqueles que cometem ilícitos confiantes de que não ha.

É dessa forma que Estado vem mostrando a sua face ineficiente nos setores de sua competência. O desafio para todos é resgatar a credibilidade perdida e garantir a punição. E quando tratamos especificamente do futebol o Rio de Janeiro tem sido modelo e exemplo. É só ir, ver e aprender, aplicar e melhorar.

Agora, punir muitos por causa de poucos é alimentar a injustiça. E essa é uma sensação desagradável que não resolve, pelo contrário. E os exemplos são importantes para o bem e para o mal, dos poderes e dos indivíduos.

É o caso de uma emenda parlamentar do deputado estadual e presidente do CRB, Marcos Barbosa, que destina R$ 800 mil para que seja usado no patrimônio do clube. Meu DEUS! O dinheiro público sendo dirigido para um clube de futebol quando mais precisamos de investimentos em todos os setores.

Quanta falta de imaginação, preocupação e compromisso com os jovens desocupados das periferias sem acesso a educação, lazer, cultura, saúde, segurança, enfim. Mostra, infelizmente, o quanto nossas elites estão fora da realidade, apesar do amor pelo clube, só que com o meu, o seu, o nosso dinheiro público.

Se assim permanecermos, continuaremos construindo a fábrica de bandidos. E não vai adiantar matar e prender, pois a fábrica não para de funcionar.

É preciso compromisso e visão de estadista para resgatar a credibilidade e confiança perdidas.