A pasta da Educação – no governo de Renan Filho (PMDB) – foi eleita como a prioridade da gestão. Por sinal, o peemedebista sempre usou o termo “revolução na Educação” para se referir às ações que seriam feitas na área. Renan Filho indicou – inclusive – o seu vice-governador Luciano Barbosa (PMDB) para a árdua tarefa.
Nestes três meses de governo, entretanto, foi justamente nesta pasta que o chefe do Executivo enfrentou graves crises de seu início de governo. Teve que recuar em relação ao passe livre, ainda enfrenta dificuldades em relação ao transporte escolar e o projeto de municipalização, houve o rompimento do contrato com a empresa de vigilância (que também gerou desgastes) e, apesar do ano letivo ter iniciado, os alunos da rede estadual ainda estão sem kits escolares.
Além disto, ainda há problemas – herança! – que precisam ser resolvidos quanto à estrutura das escolas. No caso de União dos Palmares, por exemplo, a escola com o melhor Ideb do Estado de Alagoas teve que ser fechada. Conversei recentemente com o governador sobre estes primeiros dias da Educação e se ele estava satisfeito com os primeiros meses da pasta. Afinal, até comentários sobre desentendimentos – ambos negam! – com o vice-governador surgiram na imprensa.
“Não há atrito algum com Luciano Barbosa. Temos uma relação muito próxima”, já colocou de imediato o governador Renan Filho. De acordo com o chefe do Executivo, os três primeiros meses da gestão da Educação mostram que o vice-governador “tem a total capacidade” de conduzir a pasta. “O Luciano é um dos alagoanos mais preparados politicamente para assumir qualquer posto na República. Não é apenas em Alagoas não. Foi ministro da Integração, foi um glorioso prefeito de Arapiraca. Sem dúvida, ele vai mudar a Educação”.
Renan Filho – ao comentar a crise vivenciada pelo governo em função do projeto abortado do passe livre – ainda coloca que as decisões da pasta foram tomadas de forma acordada com o governo. “A ideia do passe-livre é boa. Muitos estados utilizam. O que houve aqui é que as especificidades nos levaria a manter dois modelos: o passe livre e o transporte escolar para alguns estudantes. As pessoas fizeram ver que era melhor aguardar outro momento”, destacou.
“Eu não tenho um secretário de Educação. Eu tenho um vice-governador ajudando a governar a Educação de Alagoas e a mudar o cenário”, complementou. Renan Filho ainda demonstrou que apóia as decisões que envolveram casos como os contratos dos vigilantes.
Pela frente, o governador terá que resolver a questão dos kits escolares, como chamou atenção a reportagem do CadaMinuto, na manhã de hoje. O impasse sobre o processo de licitação para aquisição de kits escolares para alunos da rede estadual de ensino gerou um grande prejuízo para os jovens que iniciaram o ano letivo sem o material escolar.
Uma audiência de conciliação foi marcada para amanhã (08) pelo Tribunal de Justiça de Alagoas entre o Governo do Estado e também a empresa Fergbras Comércio e Serviços LTDA, que tenta na Justiça a homologação da licitação. O encontro pode resolver a situação que se arrasta desde 2013, quando houve denúncias de superfaturamento na aquisição do material.
Com os alunos sem o material, o presidente do Conselho Tutelar da 3ª Região, Edinaldo Lins, informou que após constatar a carência do material escolar nas escolas públicas da região, formalizou nova denúncia à Promotoria da Infância e da Juventude para que os estudantes recebam o material.
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