Aliado da presidente Dilma Rousseff (PT), o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB) demonstrou – em conversa com este blogueiro – preocupações com o cenário nacional e avaliou que, diante da crise política em Brasília, o PMDB tem agido de forma correta construindo uma relação que – conforme o chefe do Executivo estadual – permita que o “Executivo seja Executivo e o Legislativo seja Legislativo”.
Renan Filho praticamente reflete uma opinião que – há alguns dias – foi externada pelo senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Congresso Nacional, ao falar da recente agenda do Senado e da Câmara de Deputados que impôs derrotas consecutivas a presidente Dilma Rousseff.
O momento que o país vivencia tem refletido em todas as unidades da federação pelos diversos projetos em pauta no Congresso, bem como a crise financeira, política e ética. Há acusações de corrupção envolvendo o Executivo e o próprio Legislativo. Por sinal, os três senadores alagoanos – Benedito de Lira (PP), Fernando Collor de Mello (PTB) e o próprio Renan Calheiros – figuram na lista dos investigados da Lava-jato.
Em relação às questões econômicas, o governador de Alagoas salientou que a presidente Dilma Rousseff precisa fazer cortes no Executivo para que a conta não fique apenas em cima do setor produtivo, dos trabalhadores e nos estados e municípios diante do corte de recursos. “O governo federal precisa cortar ministérios e cortar gastos. E isto eu posso afirmar, pois foi algo que eu mesmo fiz aqui em Alagoas”, destacou o governador.
Renan Filho ressaltou que não se arrepende do voto em Dilma Rousseff e afirma que o país optou pelo melhor projeto nas urnas, mas que é preciso “trabalhar para superar a crise”. “Eu acho que o momento político-econômico que vive o país é um momento propício para o fortalecimento da democracia. As pessoas foram às ruas. As pessoas querem mudanças. O governo federal precisa fazer um ajuste e acho que este é o momento de cada instituição cumprir o seu papel. O Executivo ser Executivo e o Legislativo ser Legislativo”.
O governador de Alagoas colocou que – diante do atual cenário – o parlamento precisa “legislar e contribuir com este momento de ajuste”. “O que eu vejo é que pelo fortalecimento da democracia vamos encontrar uma saída para a crise política e econômica”.
Dentro do governo, há preocupação com o “desfinanciamento” de alguns projetos por conta da crise econômica. Um dos pontos – por exemplo – se dá em relação ao programa Minha Casa, Minha Vida. Caso haja recuo no programa – e este foi um dos pontos da conversa de Renan Filho com Dilma Rousseff – pode haver redução de postos de trabalho na construção civil. O secretário de Trabalho e Emprego, Rafael Brito, já alertou para isto.
“O Estado tem que trabalhar para atrair empreendimentos. Eu vejo – por exemplo – a indústria como um parceiro muito importante neste cenário. Tem uma série de indústria chegando ao Estado. Há uma de fibra óptica. Além disto, a Portobello deve gerar 500 empregos diretos. Quando uma grande indústria vem, outras vem ao lado para prestar serviços. Eu acredito muito neste encadeamento. Temos cadeias fortes para o desenvolvimento econômico. Plástico e químico, a do piso, Turismo, Agricultura. Neste cenário, todas estas vertentes precisam ser exploradas”, pontuou Renan Filho.
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