Juiz pede afastamento de caso após prisão de advogados que prometeram “comprar” Habeas Corpus

31/03/2015 12:01 - Maceió
Por Redação
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O juiz da comarca de Marechal Deodoro, Léo Denisson Bezerra, pediu o afastamento do caso sobre a morte do advogado Marcos André de Deus Félix, após um advogado e o procurador do município serem presos acusados de receber  dinheiro para interferir em uma decisão judicial em favor de dois clientes acusados de encomendar o homicídio.

A decisão sobre o afastamento foi expedida ontem, mas somente divulgada nesta terça-feira (31) pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). Pelas investigações do setor de inteligência da Polícia Federal, o advogado Júlio César Castro e o procurador do município de Marechal Deodoro, Jorge Augusto Granjero Carnaúba, teriam fechado um acordo no valor de R$ 200 mil para interferir favoravelmente na decisão judicial – julgada pelo magistrado de Marechal Deodoro – para conceder a liberdade ao casal Janadaris Sfredo e Sérgio Sfredo.

“Neste sentido, considerando a imperiosa necessidade de adotar providências jurídicas cabíveis à espécie, em face de todos aqueles que, nesse mar de calúnias, assim procederam, evidente que resta abalado o necessário equilíbrio deste julgador para a conduta isenta da causa, doravante. Assim, para que não se alegue nulidades, declaro minha incompatibilidade, na forma do artigo 112 do CPP, para funcionar no presente feito”, expôs o magistrado em sua decisão.

Janadaris Sfredo e Sérgio Sfredo são apontados com os mandantes do crime contra Marcos André.  No momento da prisão, os advogados estavam em um posto de combustíveis localizado no balneário e estariam efetuando o repasse referente à primeira parcela do acordo no valor de R$ 100 mil. A segunda parcela seria paga após a soltura do casal.

 O caso

Marcos foi baleado por dois homens armados quando voltava da praia do Francês. No momento em que foi abordado, ele ainda tentou correr se escondendo em uma pousada, mas acabou sendo atingido.

Duas semanas após sofrer a tentativa de homicídio ele faleceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário. Ele havia sido transferido do Hospital Geral do Estado (HGE) após apresentar um quadro respiratório grave.

 

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