Quem acabou saindo mal na foto – após o veto do governador Renan Filho (PMDB) ao projeto de lei do Passe Livre – foi o vice-governador e secretário de Educação, Luciano Barbosa (PMDB). A ideia do passe livre foi alvo de questionamentos – inclusive quando à constitucionalidade – de todas as partes (opinião pública e imprensa). Não encontrou o apoio popular e foi rejeitado, na forma como foi feito, por pais e alunos.

Era uma ideia de Barbosa, que também defende a municipalização do transporte escolar. Quanto à municipalização, o governo do Estado também enfrenta dificuldades para conseguir o apoio de 100% das cidades alagoanas. De acordo com o governador, há o engajamento de 70% dos municípios em relação à ideia, mas as especificidades de algumas regiões fazem com que os prefeitos recuem.

O próprio presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), prefeito de Jequiá da Praia Marcelo Beltrão (PTB), ressaltou estas dificuldades em entrevista ao CadaMinuto, apesar de apoiar a ideia. Nos bastidores, já se fala até em desentendimentos entre Luciano Barbosa e Renan Filho por conta do desgaste ao qual o governador foi submetido “comprando” inicialmente a ideia do passe livre e tendo que recuar depois.

Luciano Barbosa – ao conversar com este blogueiro – negou desentendimento com Renan Filho seja em relação a este ou a qualquer assunto. O fato é que o secretário pouco se pronunciou na imprensa durante a polêmica que trouxe os holofotes para o Palácio República dos Palmares.

No dia de ontem, conversei com Barbosa, sobre a decisão do governador de vetar o passe livre. O vice-governador mostrou concordância com a ação governista em dar fim a uma matéria gestada dentro do Palácio e que chegou a envolver até o chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias. Coube a ele a tarefa de levar o projeto de lei à Assembleia Legislativa.

“O passe livre foi proposto como alternativa ao transporte escolar, mas o movimento pelo transporte escolar continuou por não se sentir contemplado”, explicou Luciano Barbosa. De acordo com ele, diante disto o governo não podia arcar duas vezes pelo mesmo serviço. “O passe livre seria dado aos alunos da rede estadual com 75% de freqüência escolar que morasse a pelo menos dois quilômetros da escola”.

“A proposta não foi capaz de sensibilizar o movimento como pode ser constatado pela cobertura feita pela mídia. Portanto, não se constituiu em alternativa ao transporte escolar tradicional dos alunos”, concluiu Luciano Barbosa. Os reflexos da decisão do Palácio serão sentidos com o tempo, sobretudo nos dividendos políticos e se abalaram ou não a relação entre Barbosa e Renan Filho.

Estou no twitter: @lulavilar