Em entrevista ao programa Frente a Frente – comandado pela jornalista Gorete Lima – o vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa (PMDB) – que também é secretário de Educação – opinou sobre a “tempestade perfeita” que paira em Brasília (DF). De acordo com ele, o PMDB, diante deste contexto, “não terá uma tarefa fácil”, sobretudo na discussão em relação à reforma política.
O tema “reforma política” – por sinal – tem sido apresentado como a porta para a solução da crise política, econômica e ética pela qual o país passa. O detalhe é que está longe desta reforma ser a solução. A reforma política é importante para mudar as regras do jogo eleitoral e aprimorar a democracia indireta e a representatividade, mas há outros pontos cruciais que o Congresso Nacional precisa discutir, dentre os quais a reforma tributária e a previdenciária.
São assuntos que adormecem em Brasília (DF) e pouco são lembrados. Para União, obviamente, discutir reforma tributária não é bem-vindo porque abre o debate também sobre pacto federativo, o que significa uma distribuição do que é arrecadado pelo país dando maior autonomia aos municípios e estados. O governo federal passaria a concentrar menos os recursos oriundos dos impostos. Seria obrigado – em função disto – a ser mais austero.
Luciano Barbosa – durante entrevista – reconheceu a importância destas duas reformas - tributárias e previdenciárias – também estarem na pauta urgente do país. “É preciso discutir os temas para se sair da tempestade perfeita e serem questões resolvidas para o bem do Brasil. Há três reformas no Brasil que nunca se conseguiu entender: a política, a tributária e a previdenciária. Na questão da tributária, envolve a concentração de recursos nas mãos da União”.
De acordo com Barbosa, o atual pacto federativo – diante do fato dos prefeitos sempre estarem com o pires na mão – acaba transformando os deputados federais em office-boys de luxo dos chefes dos Executivos municipais. “É preciso discutir isto para que os prefeitos tenham maior autonomia. Maior autonomia para os municípios e para o Estado, assim se libera os deputados federais para que eles tenham uma agenda política de gente grande, discutindo questões do país”.
O vice-governador ainda frisou que a atual crise pode trazer dentro dela mesma a solução. Apesar do papel de protagonismo do PMDB dentro da atual conjuntura política do Congresso, Luciano Barbosa não avaliou o desempenho dos presidentes do Senado e da Câmara Federal. Renan Calheiros e Eduardo Cunha são peemedebistas. De acordo com o senador Aécio Neves (PSDB), os nomes que hoje comandam o país diante do “vácuo de poder”.
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