Diante do momento de forte crise econômica que tem afetado o mercado de trabalho – como mostra a imprensa nacional e os dados oficiais sobre o assunto – reduzindo postos, conversei – na manhã de hoje dia 23, durante o programa Jornal do Povo, na Rádio Jornal AM-710 – com o secretário de Trabalho e Emprego de Alagoas, Rafael Brito.
Brito – apesar de fazer parte de um governo estadual que é aliado da administração federal – não escondeu a preocupação com a recessão econômica e sua relação direta com a geração de emprego e renda. Mais: colocou que diante dos atrases de repasses do Minha Casa, Minha Vida, que são feitos as grandes construtoras, pode haver desemprego em um setor que está “aquecido” que é a construção civil.
O secretário revelou temer pelo futuro do programa diante do cenário de crise.
“Sem dúvida a preocupação com o desemprego é grande hoje em todo o país. O Brasil – nestes três primeiros meses do ano – reduziu o número de postos de trabalho e Alagoas não foi diferente disto. Os três setores que mais contribuíram para esta redução em Alagoas foram justamente o setor sucroalcooleiro e o da construção civil”, frisou.
O secretário demonstrou uma preocupação especial com o setor da construção civil devido ao “boom” que teve nos últimos anos e que agora atravessa os efeitos da crise que podem ser piorados – na visão de Rafael Brito – caso o governo federal desacelere o ritmo de obras e do Minha Casa, Minha Vida.
“É um setor – este da construção civil – em que precisamos agir rapidamente caso contrário vamos perder muito mais postos de trabalho. E o setor sucroalcooleiro já vem de uma crise que dura uma década. É um problema de uma crise nacional. O que temos que fazer como Estado – e falo como governo – é buscar fortalecer as indústrias já instaladas, fortalecer os pleitos perante o Estado e a União e continuar com política de atração de novas indústrias, mas não só de grande porte, mas também olhar para o micro e pequeno empresário. 75% dos nossos empregos são gerados por este setor. Precisamos pensar políticas para este setor, pois é nossa fotografia econômica. Para o nosso contexto o pequeno empresário é muito forte. A gente precisa sentar as pastas e falar de um mutirão de ações voltado para o micro e pequeno empreendedor”, ressaltou Rafael Brito.
Ao destacar o melhor setor de Alagoas – diante do cenário atual – Rafael Brito destacou o comércio e serviços. “É onde temos gerado emprego. O setor do comércio sempre foi forte em Alagoas e é bem segmentado, com grandes e pequenos empregadores. Mas é um setor segmentado. É difícil que a crise atinja de forma forte este setor, em termos de postos de emprego, como atinge os outros citados. Estes postos de trabalho devem ser mantidos”, avaliou.
Ao detalhar a construção civil, analisou: “me preocupa em um motivo especial: há muitas construtoras grandes em nosso Estado que trabalham atualmente com o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. O governo federal – pelo que se vê – já tem atrasado alguns repasses para a construtoras, atrasando o pagamento de notas já empenhadas. Se este programa vier a ser diminuído vai ter que demitir bastante e isto é muito preocupante diante do atual cenário. Será muita gente no seguro desemprego e tentando arrumar vaga em outros postos de trabalho”, salientou Rafael Brito.
No sentido de geração de emprego e renda, Rafael Brito frisou a necessidade de interação entre as pastas e foca, segundo ele mesmo, em duas áreas: o Turismo e o setor de serviços. “Eu tenho uma boa relação com a Secretaria de Planejamento e Turismo. Alagoas tem um ministro do Turismo. Em termos de contexto, tirando a crise econômica que vai nos assolar, o Estado tem condições plena de buscar avançar muito nesta área do Turismo e do terceiro setor. Que é muito importante, pois é um setor extremamente importante na geração de emprego. Em Alagoas são excelentes praias, restaurantes e precisamos desenvolver ainda mais o Turismo. Houve avanços nos últimos anos, mas falou integração maior para que não sejam só novos hotéis, mas uma nova forma de vender Alagoas para os estados vizinhos, para o país e para o mundo. Um dos entraves tem sido a nossa malha aérea, que dificulta bastante a vinda de um maior número de turistas para cá”.
De acordo com Brito, neste momento, a pasta de Trabalho e Emprego, não pode ser vista apenas como uma secretaria voltada a rede Sine, mas precisa ir além com ações estratégicas e com sinergia com demais órgãos do governo estadual.
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