Conversei – no dia de hoje, 23, durante o Programa Jornal do Povo, pela Rádio Jornal AM-710 – com o deputado federal Cícero Almeida (PRTB) sobre as questões que envolvem ele e sua possível saída da legenda. O fato tem causado um imbróglio entre Almeida e o presidente nacional do PRTB, Levy Fidélix, com direito a “troca de farpas” pela imprensa. Fidélix chegou a insinuar que Almeida queria mudar de legenda e ir para a base da presidente Dilma Rousseff (PT) como forma de se proteger em relação ao processo que responde em relação à máfia do lixo.

Almeida – ao conversar com este blogueiro – foi enfático em relação a este ponto. Disse que processaria Fidélix por estas declarações, além de afirmar que foi injustiçado no partido. “Não é pensando em 2016 que estou saindo de partido. A saída do partido é pelo clima desfavorável dentro do PRTB que foi criado pelo próprio presidente Levy Fidélix. Lamentavelmente, ele não respeita os seus aliados. Ele mesmo criou um clima desfavorável para ele quando me destituiu da presidência do partido em 31 de dezembro de 2014 sem me consultar. Uma falta de respeito”.

“Eu sou o único deputado que dá a ele R$ 70 mil por mês de fundo partidário. Coisa que ele não tinha e que agora o partido pode gastar como quiser, sem cumprir Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que é coisa que administrador tem que fazer”, alfineta ainda Cícero Almeida. O parlamentar alagoano diz ainda que vai cobrar como está sendo feita a distribuição do fundo partidário. “Eu dei isso de presente a ele e o desrespeito foi o presente que ele me deu”, destacou.

Almeida ainda entra em detalhes sobre um diálogo que teve com o dirigente partidário estadual Adeílson Bezerra. “Ele me fez uma visita de cortesia em Brasília e me fez um comunicado que estava tomando a decisão, com Levy, que ia suspender o deputado estadual João Beltrão (PRTB) por uma dívida que ele tinha com o partido. Mas o objetivo principal é que estava criando um clima desfavorável, porque ele queria indicar o Antônio Albuquerque como líder do partido na Assembleia e que havia um complicador para isto. Eu vou continuar tendo muito respeito por Adeílson Bezerra, mas a conversa que foi tratada foi esta. Eu cheguei para ele e falei: Adeílson, não é momento de fazer isto. Há outros partidos. O PL está vindo e o João vai sair do partido de qualquer jeito. Adeílson disse que era questão de honra suspender o João Beltrão. Eu disse que preferia me licenciar do partido para que ele tomasse esta decisão, que seria de responsabilidade dele. Depois eu voltava. Não pensava eu que já estaria destituído do partido em 31 de dezembro”.

Almeida disse que foi rompido unilateralmente um compromisso do partido com ele: que Cícero Almeida assumiria a legenda em Alagoas. “Fizemos três deputados estaduais. Fizemos um federal que deu ao partido a única cadeira na Câmara. Qual a posição tomada por mim? Eu me senti no direito de começar a fazer as minhas escolhas. Você tem uma bancada na Assembleia que nunca me deu um muito obrigado. Eu tive o prazer de cumprimentar o deputado estadual Antônio Albuquerque em um dia desses, mas o que foi feito antes? A filiação de Albuquerque foi feita por mim dentro do PRTB quando ninguém queria. A filiação de Cícero Ferro foi feita por mim porque ninguém pode acusar ninguém de nada enquanto não tiver um processo transitado em julgado. Eu não tenho nada contra nenhum deles, mas nunca recebi nem um muito obrigado. A coligação do PMN com o PRTB foi feita com a anuência do Almeida que era o presidente. Como é que eu fui útil para tudo isto e para ser destituído não tive solidariedade de nenhum deles? Não recebi telefonema de nenhum. Porque quando ninguém queria a gente nas eleições fui eu que conciliei todo mundo e levei a ata para o Tribunal Regional Eleitoral. O PRTB não teve apenas falta de respeito para comigo. Foi um ato de covardia pura”.

Cícero Almeida reafirma que está procurando os meios legais para deixar o partido. “O Levy Fidélix pode ser o dono do partido. O dono do mundo, mas não conhece melhor de Direito do que a Justiça. Foi processado e condenado agora e vai pagar R$ 1 milhão de indenização. Isto se não surgir mais processo contra ele. Eu estou documentado. Eu vou procurar meus advogados e encontrar um meio. A Justiça vai dar direito a quem tem. Eu acredito que tenho. Ficar dentro de partido como mero filiado e não ter respeito dos quais você é subordinado é não ter clima. É morar em uma casa ou ser adotado por uma família que não gosta de você”.

Sobre a possível candidatura a prefeito, Almeida diz que nunca se lançou como candidato. “Foram feitas pesquisas escondidas por aí e deram conotação de que sou candidato, mas não assumi”. O prefeito voltou a afirmar que a candidatura dele ou não depende do “querer da população”. 

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