Mesmo com o nome citado entre os investigados pela Operação Lava-jato, o senador Fernando Collor de Mello (PTB) – que alega inocência em relação às acusações de receber propina do doleiro Alberto Youssef – pode ter o que comemorar: uma recente pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo mostra que sua rejeição diminuiu diante do “nível de corrupção” que está sendo atribuído ao governo dos ex-presidentes Luis Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e da atual presidente Dilma Rousseff (PT).

A pesquisa é da Fundação Perseu Abramo, que é vinculada ao PT. O Partido dos Trabalhadores busca entender o pensamento das ruas para reagir com o discurso cirúrgico diante da crise política, econômica e ética que atinge diretamente a presidente Dilma Rousseff. Traçar o perfil do manifestante tem sido uma prioridade. Por isto, a fundação foi às ruas no dia 13 e 15.

No dia 13, houve a manifestação coordenada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que foi pró-governo. No dia 15, pessoas foram às ruas – em número bem maior – para pedir a saída da presidente.

Em relação às manifestações do dia 15, os que nela estiveram classificaram o governo Lula como o que teve mais casos de corrupção. O ex-presidente petista foi apontado por 47% das pessoas. Dilma Rousseff foi apontada por 29% dos entrevistados como a gestora cujo governo foi mais corrupto. O governo Collor – que sofreu impeachment devido os casos de corrupção – foi citado por 11% das pessoas.

Collor é sinônimo – junto à opinião pública – de desastre na Presidência da República. Inclusive o próprio PT usou a imagem de Fernando Collor de Mello para atingir adversários no passado fazendo comparações. Comparações foram feitas com Eduardo Campos e com Marina Silva, que assumiu a condição de presidenciável após a tragédia que vitimou Campos.

Na sexta-feira, ao ouvir os manifestantes presentes no protesto conduzido pela CUT, o resultado foi o seguinte: Fernando Henrique Cardoso foi apontado como o governo mais corrupto: 40%. Collor aparece com 29% e o ex-presidente José Sarney (PMDB) surge com 13%. Não foram mostrados os índices correspondentes a Lula e Dilma.

A pesquisa foi avaliada como positiva para Collor que acabou lucrando na dicotomia entre petistas e tucanos.