Conversei com o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) sobre a situação da bancada federal alagoana em Brasília (DF). Por lá, o cenário – como já venho colocando aqui – é de “tempestade perfeita” – diante das investigações da Operação Lava-jato e seus desdobramentos, que colocam o Congresso Nacional em descrédito.
Falei sobre outros assuntos com Ronaldo Lessa, mas escreverei sobre em postagens posteriores para não confundir assuntos.
Lessa reconhece que é difícil confiar no Congresso neste momento e que a Casa precisa trabalhar para dar resposta à sociedade. Mas, se é difícil confiar no Senado e na Câmara de Deputados, imaginem a situação da bancada federal alagoana. Dos 12 membros, quatro são alvos de inquéritos por estarem na lista da Procuradoria Geral da República dos políticos a serem investigados pelos desvios da Operação Lava-jato.
São eles os senadores Renan Calheiros (PMDB), Fernando Collor de Mello (PTB) e Benedito de Lira (PP). Além deles, o deputado federal Arthur Lira (PP). Todos são apenas investigados. Podem ser inocentes e afirmam que são. Todavia, há sim um desgaste natural não só na imagem dos citados como em toda a bancada por reflexo. A situação em Brasília não é fácil para o Executivo, nem para o Legislativo.
Lessa avalia o cenário: “numa bancada de 12 membros – com nove deputados federais e três senadores – com quatro nomes sendo investigados, quem está feliz? Ninguém se sente feliz diante desta situação. Mas, vale lembrar que eles são investigados. Não são nem réus ainda. Vamos ver como as coisas vão caminhar. É preciso enxergar o processo. Os investigados da bancada de Alagoas fazem da nossa bancada a mais ferida. É muito duro. Nós lamentamos isto”.
“Agora, temos uma bancada unida e isto ajuda. Acabaram os resquícios de coisas que haviam do período eleitoral, onde houve disputas. Isto simplifica, pois há muitos problemas e ainda se criar mais. Felizmente, sinto uma bancada com disposição para encontrarmos soluções para Alagoas. Precisamos disto porque não é fácil diante desta crise e principalmente quando se trata de um Estado como o nosso, que precisa de tanto apoio. Isto em função – inclusive – do pacto federativo e as condições como Alagoas é vista”, complementa.
Ronaldo Lessa diz ainda que a “união” da bancada é importante também diante do cenário de “tempestade perfeita” em Brasília. “Há uma forte crise política e ética no país, que é maior que a crise econômica”. A crise – conforme Ronaldo Lessa – tem transformado o Congresso Nacional na “Geni em que todo mundo atira pedra”. “Qualquer avaliação aponta o momento difícil para o Congresso e a Casa estava com a sensação de que o Executivo estava jogando todos os problemas para lá para se limpar diante da crise vivenciada. Uma crise que estava centrada na presidente Dilma Rousseff e no PT. Eles jogaram para o Congresso. Só que nesta queda-de-braço ninguém ganha e quem perde é o país”.
Estou no twitter: @lulavilar