Quando mais se aprofundam as investigações da Operação Lava-jato e mais surgem informações sobre as delações premiadas – dentre outras! – mais difícil vai ficando a vida dos envolvidos junto à opinião pública. É natural.
Desta vez, em uma matéria do Congresso em Foco, aparece a informação de que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa teria levado uma rasteira do grupo político do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB), na hora de contabilizar uma suposta propina.
São acusações sem comprovações, mas que estão sendo investigadas. Renan Calheiros é um dos que constam na lista da Procuradoria Geral da República – a famosa lista de Janot – que rendeu a abertura de inquérito contra os três senadores alagoanos e um deputado federal do Estado, além de outros políticos Brasil afora. Além de Calheiros, são investigados Fernando Collor de Mello (PTB), Benedito de Lira (PP) e o deputado Arthur Lira (PP).
Todos alegam inocência.
A informação do Congresso em Foco é a seguinte: o grupo do presidente do Senado, Renan Calheiros, passou a perna no ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em uma propina no valor de R$ 800 mil.
Durante a delação premiada, Paulo Roberto Costa contou que a promessa de repasse foi feita pelo deputado Aníbal Gomes (PMDB). Calheiros – recentemente – se defendeu de toda e qualquer acusação envolvendo a Lava-jato. Disse que prestaria esclarecimentos “a luz do dia” e que ninguém falava em seu nome, muito menos Gomes.
Nas investigações, Aníbal Gomes é colocado como representante de Renan nos pedidos feitos a Paulo Roberto Costa. De acordo com o ex-diretor, a propina seria paga após interferência dele em favor do Sindicato dos Práticos, interessado num reajuste de preços dos serviços. Paulo Roberto Costa diz ter sido procurado por Aníbal Gomes.
“O Aníbal falou: ‘Paulo, se você conseguir resolver isso aqui, você vai ter um ganho de R$ 800 mil’. Só que ele nunca me deu esse valor. Ele me passou a perna”. Eis o trecho. Eis ainda o que coloca o Congresso em Foco: “Paulo Roberto declarou, ainda, que valores de propina nunca foram discutidos na frente de Renan, mas que diversas reuniões para tratar dos interesses do grupo do senador ocorreram na casa do parlamentar em Brasília”.
Aníbal Gomes também está na lista dos investigados na Lava-jato. Gomes também nega qualquer envolvimento com organizações criminosas que operam na Petrobras.
Quanto à suposta propina: “Esse dinheiro aí eu nunca cobrei dele. Ele não tocou no assunto, depois eu saí da companhia e aí morreu. Ele não pagou, não pagou”, frisou Paulo Roberto Costa.
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